Centro Paulo Freire faz intercâmbio com escola alemã
Um piquenique na Redenção marcou, nessa sexta-feira, 29, a confraternização de encerramento da primeira etapa do programa de intercâmbio realizado entre alunos do Centro Municipal de Educação do Trabalhador (Cmet) Paulo Freire e os da escola alemã Dienstleistung & Bildung (D&B), de Berlim, voltada à educação profissional. O grupo, de cerca de 30 pessoas, aproveitou a tarde de sol para sua despedida após duas semanas de trocas de experiências e vivências em Porto Alegre.
O evento contou com a participação do secretário de Educação, Adriano Naves de Brito, e da diretora pedagógica da Smed, Maria Claudia Bombassaro Callegari, que acompanharam as atividades e conversaram com os estudantes e suas famílias. A iniciativa ocorre desde 2007, e agora a Smed planeja incluir também professores no projeto, que já contemplou cerca de 50 estudantes do Cmet e da Emef Porto Alegre com temporadas de imersão cultural no país europeu.
“Podemos aprender com o sistema alemão de formação para o mundo do trabalho e trazer um pouco dessa experiência para escolas direcionadas à educação profissional. O Cmet Paulo Freire vem se desenvolvendo nessa área e ampliar o intercâmbio para os professores seria um avanço para a rede pública de Porto Alegre”, disse o secretário.
Neste ano, a iniciativa, um projeto da organização Global Engagement financiado pelo governo da Alemanha e parceiros da sociedade civil, tem como tema os direitos das crianças e jovens no Brasil e na Alemanha. Acompanhados por dois professores, sete estudantes da escola alemã, entre 15 e 24 anos, que fazem formação para atuar como educadores em creches, tiveram atividades conjuntas com os sete estudantes do Cmet que participam do intercâmbio. Em 2020, será a vez dos gaúchos conhecerem a escola e passar duas semanas em Berlim, igualmente assistidos por dois professores do Cmet.
Morador do Partenon, Kauan Oliveira, de 16 anos, está animado com as perspectivas abertas, mesmo após ter se atrasado na escolarização. “Eu me esforcei muito nas aulas, mas ainda assim fique surpreso em ser selecionado. Fiz grandes amizades no grupo, com ajuda de tradutores e gestos, e o que eu mais achei legal foi o debate sobre leis e políticas direcionadas ao ingresso dos jovens no mercado de trabalho”, contou o estudante, que pretende trabalhar na área da escrita ou desenho.
De acordo com a representante da ONG alemã que auxilia na execução do intercâmbio, Johanna Scharf, as atividades têm foco nas trocas culturais com métodos lúdicos, como a linguagem cênica, workshops, rodas de conversa, passeios, entre outros. Como o projeto exige o apoio de uma ONG local, a gaúcha Teatroka - Artes e Intercâmbios Culturais de Porto Alegre também auxiliou na programação.
Agora, após a primeira etapa, será criado um blog para o compartilhamento de textos e conteúdos que aprofundam o tema até chegar a segunda etapa, na Alemanha. Atividades na própria escola com reflexões em escala mundial sobre os direitos das crianças e jovens também estão previstas.
“Esse tipo de experiência tem trazido uma mudança significativa na vida dos participantes brasileiros, sendo que muitos deles cursam ou cursaram a universidade, sendo multiplicadores das aprendizagens”, afirmou a vice-diretora do Cmet, Rosane Pereira. A escola atende exclusivamente a Educação de Jovens e Adultos e recebe alunos a partir de 15 anos.
Cristina Lac
Andrea Brasil