Cristine Rochol/PMPA

A Prefeitura de Porto Alegre encaminhou à Câmara Municipal pedido de autorização para contratar até R$ 40,9 milhões junto à Caixa Econômica Federal (Caixa) para a compra de 87 ônibus para a Companhia Carris Porto-Alegrense – uma renovação de 25% da frota.  Atualmente, a empresa conta com 347 ônibus em 24 linhas, atendendo 22,44% dos passageiros de transporte coletivo da Capital – 141 mil pessoas/dia. A última aquisição havia sido feita em 2015, com a entrada de 50 veículos.

O pedido de financiamento vem no melhor momento da companhia. Nesta semana, o governo assinou contrato para a realização de estudos de viabilidade econômico-financeira, jurídica, contábil e técnico-operacional da Carris para criar contextos de reestruturação da empresa. Para o prefeito Nelson Marchezan Júnior, os avanços são fruto do trabalho de dois anos e meio da equipe de governo para reequilibrar as finanças. Em 2016, o rombo nas contas da empresa era de R$ 74,2 milhões. “Mudamos a realidade e revertemos um cenário em que a Carris pagava para os ônibus circularem”, destaca. 

A companhia também registrou lucro líquido de R$ 124 mil pela primeira vez desde agosto de 2012, quando o montante foi de R$ 292 mil. De acordo com a diretora-presidente da Carris, Helen Machado, este momento é resultado do esforço do governo para obter o equilíbrio nas contas e dar sustentabilidade à companhia.  “A entrada desses novos veículos representa a redução de uma conta progressiva de manutenção, mas, sobretudo, a oferta de um transporte mais qualificado para a população, porque o nosso compromisso é buscar o equilíbrio da empresa para melhor atender os clientes”, afirma.

Além de qualificar o serviço da Carris, a medida vai atender à legislação municipal, que prevê a substituição dos veículos com mais de 12 anos. No caso dos 87 coletivos a serem substituídos, eles foram adquiridos entre 2006 e 2007, e o prazo de troca se encerra em maio de 2020.  A idade média da frota está estimada em nove anos e meio, o que gera alto custo de manutenção e perda de viagens. Conforme a secretária municipal de Planejamento e Gestão, Juliana Castro, a melhora nas contas da empresa foi fundamental para que a instituição financeira viabilizasse o financiamento, tendo o Município como garantidor da operação.

Os novos ônibus serão equipados com ar-condicionado, acessibilidade e tecnologias como GPS, o que proporcionará melhor desempenho no que se refere a consumo e mais conforto para a tripulação e os passageiros. A economia em manutenção, no primeiro ano de uso dos novos ônibus, é calculada em R$ 3,5 milhões. Além disso, estima-se uma receita adicional de R$ 2,5 milhões com a venda dos ônibus desativados.