Dmae já retirou 77 mil metros cúbicos de resíduos dos corrégos
O Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae) iniciou em janeiro os serviços de dragagem e desassoreamento de arroios, valas, bacias e canais. Neste semestre, foram retirados 77 mil metros cúbicos de resíduos dos corrégos contemplados em três contratos que abrangem as zonas Central, Sul e Norte da cidade. Na Semana do Meio Ambiente, a prefeitura alerta para a grande quantidade de lixo descartada irregularmente e ressalta a necessidade de conscientização e colaboração da população.
Na Zona Norte, a dragagem foi iniciada em janeiro e já removeu cerca de 48 mil metros cúbicos de resíduos dos córregos da região, como o Arroio Sarandi. Em março, começou a limpeza da Bacia do Arroio Dilúvio e seus afluentes, de onde saíram 18,5 mil metros cúbicos de resíduos.
Na Zona Sul, os serviços ocorrem desde março em arroios como o Sanga da Morte e Cavalhada. Já foram recolhidos 10,4 mil metros cúbicos de resíduos.
O investimento estimado pelo departamento nessas intervenções é de R$ 22.812.483,89 nos primeiros 12 meses de contratação e a previsão é de que a remoção de resíduos ultrapasse 473 mil metros cúbicos, o equivalente a 430 piscinas olímpicas.
“Após a retirada dos sólidos, são feitas montanhas nas margens dos arroios, onde o material fica decantando para depois ser transportado ao destino final. Quem circula pelos locais pode observar a grande quantidade de lixo, que é extremamente prejudicial ao meio ambiente, além de demandar recursos públicos para remoção”, afirma o diretor-geral do Dmae, Alexandre Garcia.
Pneus - Entre os objetos encontrados durante as limpezas, chama a atenção a grande quantidade de pneus, que em todas as áreas já ultrapassaram 3,5 mil unidades. Também foram encontrados sofás, carrinhos de supermercado, pedaços de berço infantil, sacolas plásticas, garrafas pet, uma prancha e até mesmo uma moto roubada.
Durante o desenvolvimento urbano próprio das grandes cidades, há um aumento dos sedimentos conduzidos às bacias hidrográficas bastante significativo, devido às construções, limpeza de terrenos para novos loteamentos, construção de ruas, avenidas e rodovias, entre outras causas. O excesso de sedimentos gera assoreamento das seções da drenagem que tem como destino final os arroios e canais, com redução da capacidade de escoamento dos mesmos. “Além desses problemas, ainda ocorre o deslocamento de resíduos sólidos e lixo urbano depositados de forma irregular prejudicando a drenagem e intensificando a ocorrência de cheias urbanas e criando condições de degradação ambiental”, completa Garcia.
Para evitar o extravasamento desses locais, é fundamental a colaboração e conscientização da população. “Só com a consciência coletiva de que o descarte incorreto de lixo prejudica o meio ambiente é que poderemos evitar que casas e ruas sejam inundadas com a água das chuvas”, diz o diretor-geral do Dmae.
Execução da dragagem - A dragagem do Arroio Dilúvio iniciou pela Bacia do Parque Marinha, já concluída, e segue nos pontos entre a PUCRS e Silva Só, onde já foram desassoreados 1.628 metros. Na Zona Sul, foram dragados trechos do Arroio Sanga da Morte e Arroio Cavalhada, totalizando 1.436 metros de extensão e também as bacias Belize na Restinga e Moradas da Hípica.
Na Zona Norte, o Arroio Passo das Pedras, a Foz do Gravataí e canais abertos - que somam 6.087 metros - e a bacia de detenção de águas pluviais Porto Seco são locais que receberam a dragagem.
Lissandra Mendonça