Ação educativa busca mais segurança dos idosos no trânsito
Das 74 vítimas fatais no trânsito em 2018, 28 (37%) foram pedestres mortos em razão de atropelamentos. Entre eles, 17 (60%) idosos. A partir desta realidade, agentes da Coordenação de Educação para a Mobilidade (CEM) da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) realizaram na manhã desta terça-feira, 29, uma ação educativa na Osvaldo Aranha x Protásio Alves, imediações do HPS, de reforço para uma travessia segura, com menos riscos de acidentes. A atividade, que será repetida na manhã desta quinta-feira, 31, das 9h às 10h, dá continuidade ao Programa Vida no Trânsito, desenvolvido pela EPTC e Secretaria Municipal da Saúde (SMS), em parceria com o Detran/RS, com foco na redução das mortes e lesões graves na circulação.
A ação contou com abordagens e distribuição de material informativo e recebeu o apoio da população. A professora aposentada, Marila Rosa Neto, elogiou a atividade. Ela lembrou que muitos atropelamentos acontecem em razão da distração dos pedestres. “Tem gente que baixa a cabeça e simplesmente atravessa a rua, sem olhar para os lados. As pessoas precisam ter mais atenção, observar o sinal. E sempre atravessar na faixa de segurança”, afirma. A comerciante aposentada, Sônia Silveira Vieira, pede mais atenção também dos condutores. “Tem motorista que não respeita a faixa de segurança. O pedestre tem preferência, ainda mais nós, os idosos, que temos mais dificuldades de caminhar”, diz.
Auxiliado pela agente Luciana Pereira, Jader da Luz, 27 anos, colocou caneleiras de 3kg em cada perna, além de vestir um colete de 1kg e colocar um óculos escuro, modelo especial com redução do campo de visão. Com esta indumentária, que limita os movimentos das pessoas, situação bastante semelhante à vivida por muitos idosos no dia a dia, atravessou a rua. Depois, contou sua experiência. “Senti dificuldades de movimentação. Caminhei com bastante lentidão. Realmente os idosos não devem arriscar aos atravessar as ruas”, declara.
Juranês Castro, da CEM, afirma que o evento alcançou os objetivos propostos. “Atingimos uma parcela expressiva da população, entre pedestres e condutores. Todos devem se envolver na missão por um trânsito seguro. No ano passado, houve redução geral da acidentalidade em Porto Alegre. Nossa preocupação maior continua com os atropelamentos envolvendo pedestres, entre eles os idosos, e os acidentes com motociclistas. Em março vamos focar nossas ações também no segmento das motos, de acordo com os estudos desenvolvidos no Programa Vida no Trânsito”, explica.
Orientações preventivas aos pedestres idosos:
Deslocamento pelas calçadas e travessias: atenção às saídas das garagens e postos de gasolina; cuidado com os veículos em marcha à ré; evite andar próximo ao meio-fio; use roupas claras para auxiliar a visão dos motoristas;
Corredor de ônibus: onde houver semáforo, aguarde o sinal verde para o pedestre para realizar a travessia em segurança; evite caminhar próximo à beira do corredor, sem risco de perder o equilíbrio; olhe sempre para os dois sentidos do corredor antes de atravessar;
Ao embarcar e desembarcar do ônibus: espere o veículo parar completamente; aguarde aos demais passageiros descerem do ônibus para subir; segure-se firme para evitar quedas; suba e desça devagar; tenha sua identificação em mãos; acione a campainha com antecedência.
Dados – Em 2018, aconteceram 794 atropelamentos no trânsito da Capital, resultando em 180 (26%) idosos pedestres feridos. Dos 74 acidentes com vítimas fatais, 28 foram pedestres mortos por atropelamento; dos 28 pedestres mortos por atropelamento, 17 (60%) eram idosos.
Denise Righi