Alex Rocha/PMPA

Com o objetivo de aumentar a segurança viária de Porto Alegre e reduzir os índices de acidentes com vítimas fatais, a Secretaria de Mobilidade Urbana (SMMU) e a Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) intensificam ações que visam a conscientização dos motoristas. O motivo é o balanço parcial da acidentalidade em 2022, divulgado nesta segunda-feira, 23, que registrou 75 mortes no trânsito na Capital. O índice é igual ao de 2018, quando Porto Alegre antecipou em dois anos a meta da redução de 50% na projeção do número de mortes estabelecida pela Organização das Nações Unidas (ONU) para a Década de Ação no Trânsito (2011/2020), que era de, no máximo, 76 mortes para 2020 em Porto Alegre. 

A EPTC irá reforçar o efetivo nos pontos que oferecem mais risco de acidentes e destaca como essencial, a conscientização da população. Entre as vítimas fatais, em 41 casos houve envolvimento de motocicletas (35 condutores, cinco pedestres e um ocupante), o que representa 54,7% do total de óbitos. Dezessete destes condutores não estavam habilitados. 

Nesta quinta-feira, 26, uma operação conjunta será realizada pela EPTC. A Operação Duas Rodas receberá o apoio dos agentes da Escola Pública de Mobilidade, que vão conversar com os motoristas abordados. Dicas de autocuidado, como não exceder a velocidade máxima da via, atenção ao passar perto de carros estacionados, que poderão abrir uma porta, e evitar passar em semáforos que estejam no amarelo, serão algumas das orientações. As ações em conjunto devem ocorrer semanalmente. 

O secretário municipal de Mobilidade Urbana, Adão de Castro Júnior, destaca o objetivo de intensificar as ações com o foco na segurança viária. “Sabemos que para obtermos bons resultados é fundamental que todos façam a sua parte, assumindo o papel de protagonistas em relação a um comportamento seguro”.  

Os dados completos de janeiro a dezembro de 2022 provocaram o alerta, já que 75 pessoas perderam a vida em razão de acidentes de trânsito na Capital. O balanço mostra que a faixa etária entre 18 e 25 anos representa o maior registro de mortes: 19 pessoas (25,33% do total). Os motociclistas e ocupantes de motocicletas somam 36 vidas perdidas, 48% do total. Os pedestres totalizam 20 do registro de mortes (26,67%), os condutores de automóveis dez (13,33%), os ocupantes de automóveis cinco (6,66%) e os ciclistas quatro (5,34% do total).

“Vamos intensificar as ações de educação e fiscalização e as análises dos acidentes que resultara na perda de vidas, na busca por maior segurança no trânsito. Mas é fundamental que cada cidadão se perceba responsável nesse tema, pois o comportamento passa também por uma decisão pessoal de cada um”, salienta o diretor-presidente da EPTC, Paulo Ramires. 

Segurança viária - Para auxiliar na redução da acidentalidade, a prefeitura lançou, em 2022, o Plano de Segurança Viária. Ele estabelece diretrizes de planejamento e gestão da segurança viária, com estabelecimento de metas para reduzir a acidentalidade no trânsito. Segue os propósitos de desenvolvimento sustentável definidos pela Organização das Nações Unidas (ONU) em sua agenda 2030.

Ações de educação - No ano de 2022, a Educação para Mobilidade da EPTC realizou mais de 600 ações educativas, que contaram com a participação de mais de 25 mil pessoas. Houve atividades específicas para motociclistas, pedestres, ciclistas, idosos, empresas amigas, escolas, entre outros. 

Programa Vida no Trânsito (PVT) - Analisa os acidentes que resultam em morte. O diagnóstico do estudo dos casos apontou a falta de Carteira Nacional de Habilitação (CNH) regular, o consumo de álcool e o excesso de velocidade como os principais fatores de risco que colaboraram para a gravidade das ocorrências. O PVT é um programa coordenado pelo Ministério da Saúde, com participação das secretarias estadual e municipal de Saúde, Detran e Samu, entre outros.