Marchezan busca soluções para conter aumento da tarifa de ônibus

24/01/2020 08:30
Maria Ana Krack / PMPA
EXECUTIVO
Prefeito debateu com Tribunal de Contas do Estado alternativas para segurar elevação da passagem

Diante do pedido enviado nessa quinta-feira, 23, pela Associação dos Transportadores de Passageiros de Porto Alegre (ATP) à prefeitura para reajuste da tarifa de ônibus em R$ 0,50, o prefeito Nelson Marchezan Júnior reuniu-se com o vice-presidente do Tribunal de Contas do Estado do RS (TCE-RS), Pedro Henrique Poli de Figueiredo, para apresentar a importância da política de priorização do transporte coletivo e debater alternativas para contenção do aumento solicitado.

O valor pago por quem anda de ônibus na Capital está entre os mais altos do Brasil. A tarifa é de R$ 4,70, impactada por uma soma de fatores. Entre eles, está a diversidade de categorias isentas de pagamento, que chegam a 30% dos usuários - bem acima da média nacional, de 22%. Essa diferença percentual carrega o custo do bilhete com R$ 0,55 a mais. Outro fator é o custo da mão de obra na atividade, que chega a 29% acima da média nacional e representa R$ 0,40 a mais no preço da passagem. Além disso, cerca de R$ 0,15 correspondem ao custeio por diferenciais de serviço, como ar-condicionado e suspensão a ar nos veículos.

O prefeito expressou ao vice-presidente do TCE sua preocupação com o pedido de aumento e apresentou iniciativas em discussão pela Secretaria Extraordinária de Mobilidade Urbana, que trabalha em uma nova proposta de remuneração dos serviços de transporte coletivo. “Em todo o mundo, o modal que transporta a maior quantidade de pessoas sem outras alternativas de mobilidade por conta do custo é o ônibus. É hora de avançar no debate para definir novas fontes de custeio para esse serviço essencial ao cidadão", defende Marchezan.

Segundo o vice-presidente do Tribunal, a iminência de reajuste também preocupa o órgão. “As alternativas apresentadas nos parecem extremamente válidas. Estamos tentando construir em conjunto soluções para ajudar o transporte coletivo de Porto Alegre. A cidade pode ter grandes melhorias nesse sentido”, afirma.

Prioridade - Desde o início da atual gestão, o governo municipal prioriza o transporte público, e os esforços financeiros e de administração evitaram aumentos no custo do serviço. A prefeitura conteve altas de R$ 0,15 na tarifa com a otimização das linhas; de R$ 0,25 com a diminuição de 50% da gratuidade no desconto da segunda passagem; e de mais R$ 0,05 com a adequação da isenção para idosos à legislação federal, impedindo ao todo um aumento de R$ 0,45 no bilhete praticado hoje.

Iniciativas de modernização do serviço também avançaram. A prefeitura implantou GPS em 100% da frota e trabalha na ampliação das faixas exclusivas para ônibus, que devem somar mais 22 quilômetros. Lançou o aplicativo TRI, com localização em tempo real dos ônibus, e facilitou a recarga do cartão, com a possibilidade de pagamento por cartão de crédito ou boleto via internet. Também implantou o reconhecimento facial em 100% da frota e, além disso, viabilizou novos mecanismos de segurança e proteção aos passageiros e trabalhadores do transporte coletivo - o que ajudou a reduzir em 78% os assaltos a ônibus.   

 

Vanessa Sampaio

Taís Dimer Dihl

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