Marchezan defende ação cooperada para transformar Porto Alegre
O prefeito de Porto Alegre, Nelson Marchezan Júnior, juntamente com secretários municipais, apresentou um diagnóstico da situação econômica, financeira e social do município e os principais desafios a serem enfrentados pela cidade em diferentes áreas. Para Marchezan, a necessidade de reformas, concessões, aperfeiçoamento dos modelos de contratualizações, desestatizações (centros comunitários, parques e praças, entre outros) e as parcerias público-privadas (PPPs) são formas de vencer esses desafios. Os dados reais de Porto Alegre (de 2017) mostram que a administração é a quarta pior capital brasileira em investimentos com recursos próprios. Em 2018, os investimentos do Tesouro somaram R$ 3,1 milhões (1,3%). A necessidade de uma ação cooperada para iniciar a transformação Porto Alegre é a razão do Pacto.
Participação coletiva - Ele ressaltou a participação das universidades e da iniciativa privada no processo e aposta na ação coletiva como uma geradora de oportunidades para a Capital. Segundo o prefeito, as mudanças são absolutamente necessárias. “É este ambiente de mudança que queremos transformar em oportunidades, por meio de uma construção conjunta e permanente e isso faz sentido quando facilita a vida do cidadão e o resultado chega para todos”, salientou, acrescentando que é possível fazer um serviço público de qualidade, sem ser estatal.
Mais de 140 pessoas ocuparam o espaço cedido pela uMov.me, no bairro Petrópolis, para falar sobre a transformação de Porto Alegre, a superação de divergências, na busca de projetos comuns. Essa iniciativa do Pacto Alegre segue orientação do espanhol Josep Piqué, presidente da Associação Internacional de Parques Científicos e Tecnológicos (IASP) e um dos idealizadores do Projeto Barcelona @22 e consultor de outras iniciativas como essa pelo mundo, como as de Medellin (Colômbia) e de Santa Catarina.
O diretor da Escola de Engenharia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) e coordenador do Comitê Executivo do Pacto Alegre, Luiz Carlos Pinto da Silva Filho, apresentou uma síntese do andamento do projeto nos últimos meses. Detalhou as ações implementadas e o movimento realizado para o engajamento de parceiros. O professor da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), Luís Humberto Villwock, também integrante do Comitê, apresentou a percepção dos atores da cidade quanto ao plano. Foram realizados cinco workshops com a participação das universidades, aceleradores, incubadoras, empresas e poder público, além da sociedade civil, entre outros, para o levantamento de dados que mostraram os pontos fortes e as fraquezas da cidade e em cima das quais, posteriormente, o Pacto agirá. “É um trabalho importante que nos dará vigor para saber onde focar", disse Villwock.
Em março será firmado o Pacto Alegre e estabelecida a governança do projeto. A cada seis meses, os encontros se repetirão para a avaliação dos resultados.
Entenda o projeto - o Pacto fomentado pela Aliança para Inovação - entidade que une Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) e Universidade do Vale dos Sinos (Unisinos) em conjunto com a Prefeitura Municipal de Porto Alegre (PMPA) e entidades representativas da Capital , em 2018 - tem como meta engajar o maior número possível de entidades, empresas e órgãos públicos na criação de um ambiente favorável a inovações, cultura e qualidade de vida. Um conjunto de mais de 70 empresas e entidades estão sendo convidadas para se somarem ao Pacto contribuindo com sugestões, recursos e experiências para a construção conjunta de projetos e ações voltadas transformar Porto Alegre.
“Nós temos o compromisso moral de entregarmos para as futuras gerações uma Porto Alegre melhor do que aquela que receberam. Eu sempre falo que é um grande presente que podemos dar dos gaúchos do presente para os gaúchos do futuro. Acredito muito na cooperação para vencermos os desafios”, destacou o pró-reitor da Unisinos, Alsones Balestrin.
Para Jorge Audy, superintendente de Inovação e Desenvolvimento da PUCRS, a inovação disruptiva e transformadora se faz com pessoas inquietas, criativas e comprometidas, que atuam de forma cooperada, transformando a realidade.
Fabiana Kloeckner