A enchente histórica que assola Porto Alegre foi um teste para o potencial de planejamento e ação da Procempa. A situação exigiu decisões rápidas e estratégicas para garantir que nossos sistemas e serviços, vitais para o cidadão, continuassem operando. Imagina você tentar ligar para o SAMU para pedir ajuda e não conseguir? Chegar no HPS e não haver sistema para triagem e encaminhamento de um paciente? Bons exemplos de sistemas que não pararam. Planejamento e ação no contexto da infraestrutura tecnológica salvaram vidas.

Felizmente, prevemos o pior cenário antes da água chegar. Estávamos preparados. A primeira medida foi desligar preventivamente o quadro elétrico do prédio e do Centro Integrado de Comando (CEIC). Com o intuito de proteger a infraestrutura e garantir uma retomada rápida das operações, foi necessário desativar temporariamente o nosso Datacenter Secundário (DC2). Porém, antes disto, migramos os serviços essenciais, os principais sistemas e cópia de backup de dados para o Data Center principal e para nuvem. 

Trabalhamos ininterruptamente para que o cidadão não fosse impactado. Na esteira destas operações planejadas, inúmeras outras surgiram e foram executadas. Garantimos comunicação via radiocomunicação, abastecendo diariamente, com barco e mergulhador, o gerador que manteve funcionando esta operação. A radiocomunicação garantiu a comunicação entre agentes da Defesa Civil, Guarda Municipal, SAMU e EPTC, até mesmo em áreas sem cobertura de celular, além de integrar a Polícia Rodoviária Federal a esta estrutura. Também foi essencial para os profissionais que atuavam nos resgates.

Garantimos a redundância dos sistemas do Complexo Regulador da Saúde com o apoio do Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro) e do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (Datasus). Roteamos as ligações telefônicas, mantendo o serviço 156 ativo, serviço vital. Criamos linhas de comunicação para as centrais de abrigo, triagem e recebimento de doações, e configuramos redes de telefonia para entidades públicas alagadas.

Em prazo exíguo, apoiamos na realocação das operações do CEIC e da Gerência de Comunicação da EPTC e criamos ambiente para entidades externas como o Ministério Público e a ONU pudessem operar junto da operação da Prefeitura. Além disso, apoiamos servidores a atuar remotamente e mantivemos a conectividade para órgãos e secretarias afetadas pela inundação.
 
Nada parou. Porque investimos em planejamento e prevenção e trabalhamos incansavelmente para enfrentar os desafios que surgirem. E, finalmente, porque nosso maior compromisso é servir o cidadão de Porto Alegre, sempre nossa prioridade absoluta.

Débora Roesler, diretora-técnica da Procempa

Artigo publicado na edição de 29 de maio do jornal Zero Hora.