Primeiro Museu do Hip Hop do Brasil será em imóvel cedido pela prefeitura
Investindo em melhorias na qualidade de vida dos moradores de Porto Alegre, a prefeitura cedeu imóvel para a instalação do primeiro Museu do Hip Hop do Brasil. A assinatura do termo de permissão de uso ocorre neste sábado, 28, às 10h, na rua dos Nativos, 545, Vila Ipiranga, Zona Norte. A iniciativa é da Associação da Cultura Hip Hop, atuante no fortalecimento de uma estratégia sociocultural de prevenção e redução da violência e do trabalho infantil, assim como na promoção dos direitos humanos da juventude da Capital e região.
O secretário de Administração e Patrimônio, André Barbosa, explica que o lugar, com 3.836,41metros quadrados, foi escolhido estrategicamente para a realização das atividades propostas pela entidade, seguindo o planejamento da gestão mais adequada dos bens municipais. “O prédio sediava uma escola estadual e, após remanejamento, foi devolvido ao município. Quando assumimos, encontramos um local ocioso, gerando despesas e que não poderia ser alienado. Buscando dar a destinação correta ao patrimônio, de acordo com a deliberação do prefeito, estamos cedendo este imóvel para um projeto social inédito, que trará grande visibilidade a Porto Alegre. O investimento resultará em benefícios transversais, somando o turismo, a cultura, o desenvolvimento social e econômico”, destaca.
A Secretaria de Administração e Patrimônio também é responsável pela elaboração do Termo de Permissão de Uso (TPU), neste caso, não oneroso. Segundo a legislação vigente, os imóveis municipais podem ser cedidos sem cobrança somente a instituições sem fins lucrativos, que atendam preferencialmente crianças, adolescentes, idosos, pessoas com deficiência ou em situação de vulnerabilidade. Para isso, as instituições devem apresentar programas de fins educacionais, sociais, ambientais, culturais, de inovação ou outros de relevante interesse público, que possuam, por si só, sustentabilidade econômico-financeira.
Para o rapper, militante do hip hop e do movimento negro no RS, Rafael Diogo dos Santos, mais conhecido como Rafa Rafuagi, responsável pelo projeto da Associação, o momento é de celebração. A partir da assinatura do TPU, a entidade inicia um processo de obra, adaptação e qualificação do espaço para atender mais de 15 mil jovens, anualmente, projetando a geração direta de 40 vagas de trabalho. “A nossa felicidade é ímpar, mas também temos a responsabilidade de dar um retorno em forma de serviço para a sociedade, oferecendo um local de entretenimento, com acolhimento, capacitação e formação, fomentando a cultura hip hop e a cidadania. Teremos um ponto de encontro entre as novas e as gerações passadas, buscando a construção de um mundo melhor a partir do respeito, do diálogo e da cultura como protagonista”, ressalta.
Segundo a diretora de gestão de Ativos e Locações, Raquel Sousa, o patrimônio deve ser utilizado proporcionando contrapartidas para a sociedade. “Um meio que temos é firmar um Termo de Permissão de Uso não oneroso, com instituição sem fins lucrativos, que apresente um projeto sociocultural dedicado a atender crianças, adolescentes e pessoas em situação de vulnerabilidade. Encontramos todos estes fatores no projeto da Associação”, afirma.
Bronx - O primeiro Museu do Hip Hop RS será completamente high-tech e interativo, alinhado ao Universal Museu do Hip Hop no Bronx, Nova York (EUA). O imóvel abrigará hologramas, um estúdio musical, área para grafite, break dance e discotecagem, além de espaço para shows, oficinas culturais e coworking. Internamente serão exibidos artigos importantes da história do gênero, bem como itens de acervo de famosos nomes da cultura.
"O Museu do Hip Hop materializa a valorização da Arte e da Cultura Popular que agora será perpetuada através da pesquisa dando conta do conhecimento e sua difusão para Porto Alegre e toda a América Latina. A arte do grafite tem embelezado os territórios e cidades garantindo uma estética charmosa por meio do uso de cores vibrantes, já o MC e o DJ expressam uma música de qualidade e também fazem uma crítica social a partir das letras. E o quarto elemento a dança promovem a integração com o movimento da corpo e coreografias. Nossa capital será referência pela ousadia de criar uma ferramenta sofisticada de troca de boas práticas”, enfatiza o secretário adjunto da Secretaria Municipal da Cultura, Clóvis André
A reforma e a administração do local serão custeadas por fundos financeiros do próprio projeto, que resultaram de parcerias anteriores com Governo do Estado do Rio Grande do Sul, via Secretaria Estadual de Cultura, Secretaria da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos, Secretaria de Administração Penitenciária e Secretaria de Planejamento e Gestão, também as empresas Fitesa, Budweiser e RodaLog, além do Ministério Público do Trabalho no Rio Grande do Sul, Unesco/ONU, OIT/ONU, Onu Mulheres e do Consulado dos EUA em Porto Alegre.
Andrea Brasil