Abertura de duas mostras de arte marca retomada gradual da Cultura
O prefeito Sebastião Melo inaugurou nesta quarta-feira, 1º, as exposições de arte O Jardim de Amélia, de Amélia Pastro Maristany, e Identidad Gaucha, de Pedro Luis Raota, na Pinacoteca Aldo Locatelli e no Porão do Paço Municipal, respectivamente. A iniciativa é da Coordenação de Artes Visuais (CAV) da Secretaria Municipal de Cultura (SMC). Uma delas homenageia e resgata a importância do gaúcho na nossa cultura no mês de setembro e a outra faz um apanhado inédito da primeira pintora profissional porto-alegrense.
"Além de reforçar a importância e os laços culturais entre Porto Alegre, Argentina e Uruguai, a abertura das mostras marca a retomada gradativa das exposições na prefeitura†- Prefeito Sebastião Melo.
O prefeito conversou com o cônsul-geral da Argentina, Jorge Enrique Perren, e o casal de curadores SÃlvia e Rogerio Livi. Também participaram do encontro o vice-prefeito Ricardo Gomes, os secretários municipais de Comunicação, Luiz Otávio Prates, de Cultura, Gunter Axt, seu adjunto Clóvis André e o diretor de Relações Internacionais, Ricardo Sondermann.
A exposição do Porão do Paço, do fotógrafo Pedro Luis Raora, batizada de Identidad Gaucha, retrata seu talento único e memorável para capturar a profundidade do espÃrito humano em suas obras. É marcada por seu estilo caracterÃstico, com sombras bem presentes e imagens humanistas, narrativas e reflexivas. Está presente a identidade cultural que une gauchos e gaúchos e que se manifesta por meio de tradição e costumes, da coragem e bravura.
O Jardim de Amelia está em cartaz na Pinacoteca Aldo Locatelli e é o resultado de uma investigação iniciada em 2014, quando SÃlvia e Rogério Livi e Marco Aurélio Biermann Pinto, colegas em um curso de curadoria no Atelier Livre Xico Stockinger, examinaram quadros com flores para realizar uma exposição. Tentando elucidar equÃvocos na identificação e na biografia da pintora, descobriram uma trama de informações desencontradas sobre ela em livros, catálogos e folhetos de exposições na imprensa nacional e estrangeira. A pesquisa gerou uma cronologia das muitas atividades artÃsticas que demonstraram a relevância na história da arte do Rio Grande do Sul da pintora nascida em Porto Alegre em 1897 e que desde jovem se dedicou a cultivar e pintar flores.
A exposição de Amélia conta com mais de 50 pinturas de colecionadores particulares, das netas da artista e das pinacotecas Barão de Santo Ângelo e Aldo Locatelli. É uma rara oportunidade de conhecer o trabalho de uma das primeiras pintoras profissionais de Porto Alegre. A mostra integra o projeto Mulheres, a Fonte, que é uma ação cultural de longo fôlego desenvolvida pela Coordenação de Artes Visuais (CAV), que propõe uma atitude a favor da promoção da igualdade de gênero na produção e na circulação das artes visuais. “É uma forma de resgatar por meio da arte a importância das mulheres na sociedade, atuando como memória positiva e antÃdoto ao esquecimento histórico ao qual muitas artistas foram jogadasâ€, explica a coordenadora de Artes Visuais da SMC, Adriana Boff.
A ideia da curadora foi reproduzir um jardim, nos moldes de uma das exposições da artista. “É um jardim florido. É muito bom resgatarmos jardins floridos neste momento. Porto Alegre também é um jardim floridoâ€, afirma Silvia Livi. “Amélia teve um marido que a apoiou e isso é muito importante. Foi corajosa de ser artista e casada naquela época. Ela nasceu em 1897, e as pintoras que são consideradas pioneiras em Porto Alegre nasceram em 1917â€, argumenta o curador Rogerio Livi.
Visitas podem ser feitas com agendamento pelo e-mail acervo@portoalegre.rs.gov.br, ou pelo telefone (51) 3289-3735, de grupos com até cinco pessoas. O visitante deverá apresentar documento de identidade e usar máscara de proteção facial.
A mostra O Jardim de Amelia poderá ser visitada até 5 de novembro e Identidad Gaucha fica em cartaz até 30 de setembro, de segunda a sexta, das 9h às 12h e de 13h30 às 17h, no Paço dos Açorianos, Centro Histórico.
Andrea Brasil