O Atelier Livre Xico Stockinger completa 60 anos de existência no mês de abril e lança um selo comemorativo, assinado por Francine Rinco, em homenagem a data. Ao longo de todo ano, também serão disponibilizadas atividades e reedições adaptadas de ações da história do local, como o Projeto Outdoor, Feira de Arte Gráfica Noa Noa, Revista As Partes, Super Mergulho, Simpósio de Escultura, Festival de Arte da Cidade de Porto Alegre e resgastes da memória histórica e afetiva do Atelier.

"O Atelier Livre torna-se sexagenário em um momento delicado e isolado, mas de esperança e dedicação. Os professores, funcionários, alunos, e artistas educadores, em meio a pandemia, descobriram um novo jeito de ensinar, aprender e trocar com o público e os alunos", destaca o secretário da Cultura, Günter Axt. 

No ano da pandemia foram ampliadas algumas ações e o alcance ao Atelier Livre por meio das mídias digitais e de cursos diversos de artistas educadores, selecionados via editais, destinados a cursos extras. “Com todas as adversidades de 2020, tivemos desafios, mas também oportunidades. O Atelier Livre na quarentena agregou um novo jeito de ensinar e aprender, além dos exercícios práticos em nossos ateliers. O ambiente virtual mostrou a possibilidade de construção e de expandir com o auxílio da tecnologia, um ensino de qualidade, inovador e participativo, baseado na conectividade e interação de todos e de muitos lugares, até fora do país. Temos alunos de Portugal, Argentina, Itália e vários lugares inscritos em nossos cursos”, conta a diretora da instituição, Renata Timm.

Entre as primeiras ações, no ano do sexagenário da instituição, está a publicação Fogo, Poro e Pó, que reúne os trabalhos dos alunos do curso Imagem e Palavra, ministrado pela artista e professora Mayra Martins Redin. O material será exibido em fragmentos nas redes sociais do Atelier Livre. De acordo com a coordenadora de Artes Visuais da secretaria, Adriana Boff, trata-se de um pensar sobre nós e o meio, a partir das imagens e palavras dos 20 artistas. “Essa reflexão faz todo sentido nesse momento que vivemos no coletivo. São seis décadas de arte, aprendizagem, histórias, passagens significativas e algumas dificuldades sim. Merece nossa homenagem e respeito. Esperamos por tempos melhores e que logo possamos retomar nossas atividades presenciais e comemorar juntos essa data especial".

História

O Atelier surgiu a partir da experiência de um curso aberto, ministrado pelo artista Iberê Camargo, que percebeu a possibilidade de promover experimentações artísticas mais abertas, isto é, com uma maior liberdade em relação ao que vinha exercendo no ensino acadêmico do instituto de Belas Artes da UFRGS. Sua opinião vanguardista foi aceita pelo secretário de educação da época, Carlos de Britto Velho, e de sua chefe de Seção Cultural, Istelita Knewitz.

Após esse curso, o escultor Francisco Stockinger e o crítico de arte Carlos Scarinci deram início ao Atelier Livre. Em um primeiro momento, a escola funcionou no mesmo local do curso, a Galeria Municipal de Porto Alegre e, em seguida, passou por diferentes endereços de Porto Alegre, como o segundo andar do Mercado Público, a Casa da Rua Lopo da Costa, até chegar ao Centro Municipal de Cultura, inaugurado em 1978, onde encontra-se atualmente. 

Xico Stockinger foi o primeiro diretor da instituição e seu nome, desde 2020, configura na fachada do edifício do Centro Municipal de Cultura. Em 2012, por lei municipal, a instituição passou a se chamar Atelier Livre Xico Stockinger. Nestas seis décadas os colaboradores, professores, funcionários e alunos testemunharam as transformações artísticas, em um espaço que acolheu o público de diversos segmentos do cenário das artes visuais no Rio Grande do Sul.