Filósofos assumem gestão do patrimônio histórico e memória da cidade
A Secretaria Municipal da Cultura (SMC) ganhou dois reforços importantes em sua equipe: o filósofo e ex-secretário estadual de Cultura, Nelson Boeira, chegou para ocupar a diretoria de Patrimônio e Memória. Mais recentemente, foi a vez do ex-vice-governador, psicólogo e também filósofo Vicente Bogo ser nomeado diretor do Museu Municipal Joaquim José Felizardo.
Entre as prioridades do secretário Gunter Axt estão a reforma e ampliação do Museu Municipal Joaquim José Felizardo, as restaurações da Casa Godoy, onde fica parte da equipe do Patrimônio Histórico municipal, e da Casa Torelly, sede da SMC. Também planeja reestruturar e fortalecer da Equipe do Patrimônio Histórico e Cultural (Epahc) e promover a revisão do inventário do bairro Petrópolis
Ex-reitor da Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (UERGS), professor de Ética e Filosofia Política da UFRGS, autor de diversos artigos sobre filosofia política e história, Boeira tem no currículo a implantação da Lei de Incentivo à Cultura do RS (LIC/RS), criada durante a administração do secretário Carlos Jorge Appel, e que é um dos principais instrumentos de financiamento das atividades culturais do Estado, por meio da destinação de parte do ICMS. A Lei n° 10.846 – foi criada em 1996, quando Boeira foi titular da pasta no governo de Antônio Britto.
A Diretoria de Memória e Patrimônio está integrada às iniciativas da SMC para a comemoração dos 250 anos de Porto Alegre. Para o novo diretor, o projeto de eecuperação do Centro Histórico é essencial: “Entre outros propósitos, esse projeto contempla tanto a dimensão econômica, quanto a cultural. Recuperar o Centro Histórico contribuirá para redesenhar o perfil econômico da cidade, com novas atividades, geração de emprego e renda”.
Nascido e criado em Porto Alegre, mas com períodos em São Paulo e Nova York, Boeira enxerga também uma recuperação da identidade de Porto Alegre como uma cidade voltada para o futuro: “Ao unir a memória viva com o futuro, com as melhores lições das metrópoles contemporâneas bem sucedidas, Porto Alegre mobilizará os recursos patrimoniais do seu passado, carregado de história, como um ativo econômico. Revitalizar o Centro Histórico reúne a um só tempo a recuperação de espaços urbanos para novas formas de vida comunitária, a criação de novas oportunidades econômicas, a construção de uma identidade coletiva voltada para o futuro, mas assentada em nossos recursos culturais mais típicos.”
Museu - Formado em Filosofia e Psicologia, Vicente Bogo já lecionou em todos os níveis de ensino. Atualmente, dá aula na Pós-Graduação em Alta Política nas Faculdades Monteiro Lobato, em Porto Alegre. Natural de Santa Rosa, Bogo criou o primeiro curso pré-vestibular da região em 1982, mesmo ano em que iniciou sua carreira política como vereador suplente na cidade natal. Em 1986, foi eleito deputado federal constituinte, quando no Congresso Nacional apresentou 111 projetos e aprovou 32.
Em 1988, foi um dos fundadores do PSDB nacional e foi eleito vice-prefeito de Santa Rosa de 1993 até 1994. No mesmo ano, compôs a chapa de Antônio Britto (1995 a 1998) como vice-governador do Rio Grande do Sul. Com farta experiência no segmento do cooperativismo, de 2013 a 2015, prestou uma consultoria ao município de Viamão, onde colaborou na preparação de projetos de lei de proteção dos animais, cooperativismo e associativismo. “Estou muito honrado com o convite recebido do prefeito Melo e de poder colaborar com seu governo e a cidade. Sobretudo por poder participar deste momento simbólico dos 250 anos de Porto Alegre. Estou confiante de que poderei contribuir no desenvolvimento da cultura local e, em particular, do Museu Joaquim Felizardo”, diz Bogo.
Gilmar Martins