A Coordenação de Artes Cênicas da Secretaria Municipal da Cultura e Economia Criativa divulgou os vencedores da 9ª edição do Concurso Nacional de Dramaturgia - Prêmio Carlos Carvalho. A peça Construção, de José Roberto Pereira Júnior, foi a grande vencedora. A Comissão Julgadora foi formada por Patsy Cecato, Marcelo Adams, Diego Ferreira, Stella Bento e Pedro Bertoldi.

No total, foram 171 autores com 260 peças teatrais inscritas. Ainda foram escolhidos os textos Corte Seco, de Marcelo Rosalem Oriani, em segundo lugar, e Sobre Bombas e Flores, de Lissa Augusta Duarte Santi, como terceiro colocado. A cerimônia de premiação ocorrerá em 2 de dezembro, às 19h, no Teatro Renascença, com uma leitura dramática da peça vencedora, Construção.

Segundo a comissão, Construção foi a grande vencedora do Prêmio Carlos Carvalho de Dramaturgia por organizar de forma coesa, direta e com o domínio da carpintaria dramatúrgica temas que refletem a atualidade do Brasil, colocando em evidência por meio dos personagens e de uma narrativa longa a diversidade do cotidiano.

O júri reconheceu no segundo colocado, Corte Seco, além da relevância de sua temática, a originalidade no uso das técnicas dramatúrgicas na construção de um universo ficcional que se relaciona com as problemáticas contemporâneas, provocando reflexões que desafiam o lugar comum.

A terceira colocada, Sobre Bombas e Flores, soube denunciar as tentativas de aniquilamento da educação, mostrar a luta de uma comunidade escolar por ensino e vida dignos e expor as reações e oposições da sociedade, por meio de uma construção dramática eficiente, personagens consistentes, situações plausíveis e ênfase na ação, levando a uma reflexão profunda sobre um tema vital para a sociedade. A Menção Honrosa ficou com a peça Coringa, de Renata Mizrahi.

Carlos Carvalho - Diretor e ator, o porto-alegrense Carlos José Gomes de Carvalho ficou conhecido como contista e dramaturgo. Publicou seus primeiros textos e poemas em 1960, depois de destacar-se como pianista, vencendo vários concursos no centro do país. Mas logo mergulhou na atividade teatral. Entre suas peças estão O pulo do gato, Doce vampiro, PT saudações, Boneca Teresa, Colombo, Fecha a porta de teus mares e Não saia da faixa de segurança, que não chegou a estrear, pois foi interditada pela censura. Carlos Carvalho morreu em 28 de agosto de 1985, aos 46 anos, deixando uma série de textos inéditos.