Curso a candidatos a diretores de escolas aborda gestão inovadora
O curso de gestão para os candidatos à direção e vice-direção das escolas da rede municipal de ensino, promovido pela Secretaria Municipal de Educação (Smed), contou com a participação do coordenador do Pacto Alegre e diretor da Escola de Engenharia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), Luiz Carlos Pinto da Silva Filho, e do conselheiro do Pacto Alegre e superintendente de Inovação e Desenvolvimento da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), Jorge Luis Nicolas Audy, na tarde desta sexta-feira, 6. O tema apresentado pelos dois convidados foi Gestão educacional inovadora e os desafios de formação de crianças e jovens para o século 21.
“A capacidade de trocarmos informações é a tecnologia digital. Está em mudança a forma como todos nós nos relacionamos, e as plataformas digitais nos permitem fazer coisas que antes eram impossíveis. Isso vai chegar à educação, e os jovens já lidam com a inteligência artificial, como o Google, por exemplo”, observou Luiz Carlos aos presentes no curso, no auditório da Smed desde 2 de março.
O coordenador do Pacto Alegre propôs à plateia a reflexão de qual será o papel dos gestores em meio a essa inovação e ao próprio mundo fluído, exponencial e muito acelerado que se apresenta. “Somos imigrantes digitais, temos a cabeça do século passado e precisamos nos adaptar, ao contrário dos jovens que nasceram com os moldes de agora no cérebro. É um momento de coragem e de testar coisas, e o professor tem um papel fundamental nesse processo, pois é quem conduz tudo. Por isso, é necessário pensar em rede e planejar, porque ninguém sabe exatamente como será o futuro. As profissões estão em processo de mudança, assim como os alunos. Não gostaria de ouvir em uma formatura um estudante dizendo que aprendeu mais no Google do que dentro da sala de aula”, afirmou Luiz Carlos, que expôs suas ideias e respondeu a questionamentos por cerca de 45 minutos.
Na parte final da aula, Jorge Luis Nicolas Audy subiu ao palco para compartilhar suas experiências. O professor promoveu reflexões acerca de pessoas, criatividade, inovação e impacto socioambiental. “Quando a gente fala sobre inovação, falamos do novo e de novas ideias. A noção de fazer também está associada à inovação. Uma pessoa inovadora, quando tem uma boa ideia, vai lá aplicá-la. Ao contrário do que muitos pensam, uma pessoa inovadora pode até não ter boas ideias, mas vai executá-las. Dessa forma, inovação requer novas ideias e a capacidade de realizá-las”, disse.
O palestrante comentou sobre a importância de se agregar valor e melhorar a vida das comunidades, e disse que a inovação pode ser disruptiva, como quando surge algo totalmente novo, ou incremental, quando se aperfeiçoa algo que já exista. “Se as escolas e os gestores não entenderem que algumas transformações são de caráter disruptivo, perderão a razão de ser”, alertou. “O papel de inovação, quando a gente fala em gestor, envolve, em primeiro lugar, saber lidar com as pessoas, não com a tecnologia. Não existe criatividade sem as pessoas”, completou.
Taís Dimer Dihl