Iberê nas Escolas: ciclo de visitas começa com a Gabriel Obino

08/08/2019 15:42
Cesar Lopes/PMPA
EDUCAÇÃO
Até a próxima semana, cerca de 225 alunos visitarão o centro cultural

A transformação do ambiente escolar por meio da arte é uma das propostas do projeto Iberê nas Escolas, desenvolvido pela Fundação Iberê Camargo, a nova parceira da Secretaria Municipal de Educação (Smed) para atividades no turno integral. O ciclo de visitas à Fundação começou pela Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Gabriel Obino, bairro Glória, nessa quarta-feira, 7. Até a próxima semana, cerca de 225 alunos que também participam do projeto visitarão o centro cultural.

Os alunos da turma A31 (3º ano) da Gabriel Obino, que estiveram presentes na cerimônia de inauguração do projeto, fizeram uma visita mediada pelas exposições “#Selfie: Iberê em modo retrato” e “Antes da palavra”, de Daniel Senise. Durante o passeio, as novidades apresentadas pelas exposições aguçaram a curiosidade das crianças, que exploraram o mundo de possibilidades que a arte introduz no imaginário de cada um.

De volta ao átrio, os alunos participaram de uma oficina que contempla o lado educativo da visita, eles desenharam retratos de seus colegas, com o desafio de não olhar para o papel enquanto o faziam. A atividade é baseada na exposição 'Iberê em modo retrato', que apresenta retratos e autorretratos do artista.

Acompanhamento - As crianças estavam acompanhadas pelo educador permanente do projeto, Kaue Nery, e pela supervisora educacional da escola Adeline Stein. Kaue, que acompanha as crianças três dias por semana, explica que o primeiro mês foi de adaptação e criação de laços com a turma. “É construído aos poucos e também parte muito das ideias dos alunos de coisas que eles querem modificar na escola. Em todas as aulas é desenvolvida essa autonomia, onde eles têm a oportunidade de falar o que eles querem”, destaca Kaue. 

Os projetos que estão em andamento na escola seguem o ideal das crianças para melhorar o espaço da instituição de ensino. Por exemplo, como a turma A31 adora ler, uma biblioteca ambulante está em fase de planejamento, assim como o aumento do número de espaços de leitura. 

Atividades em áreas abertas, como a pintura e atividades físicas, também são de interesse da turma. A opção pela transformação do espaço físico da escola levou os oficineiros, que são arquitetos, a trabalhar a planta baixa da instituição com os alunos. A partir do conhecimento técnico do ambiente, as crianças começaram a imaginar as melhorias dentro da escola e dentro de casa, criando desde o quarto ideal à sala de aula ideal.

Jardim sensorial - Há também o planejamento de um jardim sensorial no pátio da Emef. O espaço sensível que visa estimular os cinco sentidos (visão, tato, olfato, audição e paladar) permitirá que os alunos acompanhem o crescimento das plantas e árvores frutíferas, bem como cuidar do jardim.

A supervisora educacional, Adeline Stein, que acompanhou a visita afirma que o turno integral é visto na escola como um ponto importante para o crescimento dos alunos, e o trabalho desenvolvido faz com que toda a comunidade zele pela instituição. “A escola possui um espaço amplo e está presente na comunidade há 30 anos, precisamos conservá-la e o projeto ajuda na preservação também por parte da comunidade”, salienta Adeline.

A concepção destes planos busca a criação de ambientes que toda comunidade escolar possa usufruir. “Esses projetos são uma forma de integralizar todas as turmas, de criar esses ambientes em que os alunos tenham cuidado, ambientes direcionados para a leitura, desenvolvimento da escrita e da imaginação. Então é uma forma de fazer com que todos participem da construção da escola”, completa Kaue.

Abrangência - O projeto Iberê nas Escolas atende 250 crianças e adolescentes de seis escolas municipais da Zona Sul da Capital: Lidovino Fanton (1º ano), Leocádia Felizardo Prestes (2º, 3º, 4º e 5º anos), Gabriel Obino (3º ano), Martim Aranha (1º ano), Victor Issler (4º ano) e Neusa Goulart Brizola (7º, 8º e 9º anos). 

As atividades desenvolvidas no turno integral nas escolas contemplam os quatro eixos de ensino propostos pela Smed desde o ano passado: letramento, numeramento, iniciação científica e educação do sensível (artes e esportes). Os alunos também trabalham arquitetura, escultura, desenho e pintura, artes cênicas, música, tecnologias criativas e mídias digitais, com artistas-oficineiros, duas vezes por semana.

Tendo como resultado final a modificação do espaço escolar, o projeto Iberê nas Escolas desenvolve as competências de trabalho em equipe, colaboração, criatividade, empreendedorismo pessoal e o estímulo ao senso crítico e estético. A produção de projetos que possuem um fio condutor dentro das linguagens da arte que levam a transformação das instituições de ensino, bem como, da realidade em que os jovens estão inseridos.

A Viação Ouro e Prata é parceria do Iberê nas Escolas no transporte dos alunos ao centro cultural.

 

 

Vitória Garcia (estagiária) / Supervisão: Cristina Lac

Gilmar Martins