Vinny Vanoni / PMPA

A importância dos clubes sociais negros e da sua tradição em educação antirracista foi o tema do segundo encontro, realizado na tarde de segunda-feira, 22, de uma série de seis eventos de palestras e debates promovida pela Secretaria Municipal de Educação sobre aprendizagens nas vivências em espaços etnocentros. Mais de 60 professores e monitores das escolas municipais participaram da formação, que ocorreu na Sociedade Beneficente Cultural Floresta Aurora, bairro Belém Velho, o clube social negro em funcionamento mais antigo do país. Fundado em 1872, completa 150 anos em dezembro deste ano.

Os encontros fazem parte do Curso de Formações Continuadas, organizado pela Assessoria de Educação em Direitos Humanos e Relações Étnico-Raciais da Smed. Para a assessora da Smed e organizadora do evento, Patrícia Pereira, é importante que os educadores visitem e sintam a história dos territórios etnocentros para levarem a experiência à sala de aula. 

"Este é um clube que foi criado por negros alforriados de Porto Alegre. Usavam para fazer enterros minimamente dignos para os negros. O nosso professor, quando for contar aos alunos, tem que saber que aqui é um lugar real, criado e mantido por muitas gerações. Não é um lugar distante. Os negros têm que se enxergar nesse local, e não apenas saber que o clube existe. Nossa proposta é uma educação diferenciada: não apenas falar sobre, mas viver a história", explicou Patrícia.