Presença feminina é destaque em competição nacional de skate
O destaque das skatistas brasileiras nas competições nacionais e internacionais faz com que o esporte se popularize cada vez entre as meninas. Na etapa do Circuito Brasileiro de Skate STU National 2023, que ocorre em Porto Alegre, a presença feminina vai além das atletas que competem no Skate Park. Estrelas como Rayssa Leal e Pâmela Rosa chamaram a atenção do público e atraíram os fãs ao complexo esportivo da Orla do Guaíba.
Eduarda Roman Dulis, 18 anos, começou no skate há pouco mais de um ano. Ela costuma praticar na pista do Skate Park juntamente com o namorado, Jorge Alim, e confirma que foi alvo de preconceito por ser uma menina em um esporte ainda masculino. “Mesmo dentro de casa, por exemplo, a minha mãe aceita melhor. A gente percebe um aumento da presença de meninas nas pistas, o que ajuda a reduzir esse estranhamento”, pondera.
Um grupo de amigas aproveitou o dia ensolarado para acompanhar as manobras do STU. Rafaela Fontoura Franco, de 15 anos, iniciou no skate aos 11 anos tendo como exemplo um tio. “Ganhei o skate dele e comecei a praticar. Não parei mais. E hoje a mulherada está tomando conta”, concorda.
Sara Monteiro Costa, de 14 anos, não teve medo de disputar espaço com os meninos quando começou a se aventurar no skate ainda criança, aos 10 anos – as amigas Eduarda de Azevedo, 16 anos, e Alice Faller, 14 anos, também enaltecem o maior protagonismo da mulherada.
No animado grupo em que estavam no STU, todas concordaram que os namorados e amigos são os maiores incentivadores, inclusive ajudando as gurias a desbravarem o mundo do skate. O ponto de encontro de todos eles, semanalmente, é o Skate Park da Orla, e dizem que aumentou visivelmente a presença de meninas por lá – muitos creditam isso ao fenômeno Rayssa Costa, que atraiu os holofotes para o skate ao receber a medalha de prata na modalidade Street dos Jogos Olímpicos de Tóquio, em 2021.
Identidade visual - Fora das pistas, as mulheres também marcam o evento. A identidade visual da etapa de Porto Alegre deste ano é da gaúcha Lídia Brancher. Ela baseou seu trabalho em fatos que trouxessem elementos que fazem parte da paisagem da cidade, além de incluir e disseminar as mulheres no skate.
“A pista na orla é um espaço público que une pessoas de diferentes partes da cidade e de diferentes classes sociais, com uma das paisagens mais representativas: o local onde as pessoas se conectam com o Guaíba, o pôr do sol e os animais que habitam esse mesmo espaço”, afirmou Lídia.
Restinga - Outra mulher que se envolveu no evento foi Josiane Mores, uma das pioneiras do skate no Rio Grande do Sul e, hoje, coordenadora do Projeto Orla Social. “Tenho uma relação muito forte com a Restinga, por ter sido a primeira menina a andar lá e a fomentar o skate feminino. Até hoje no bairro muitas dizem que iniciaram porque souberam que tinha uma menina que começou a andar aqui”, disse.
A pista da Restinga, que foi revitalizada em uma parceria da prefeitura com a iniciativa privada, recebeu uma pintura especial da artista visual e ilustradora Carla Barth. Com tinta acrílica e nanquim, seu trabalho é composto por um universo fantástico, onírico e misterioso, habitado por seres inusitados em cenas ao mesmo tempo divertidas e enigmáticas.
Finais - Neste domingo, 19, a programação do STU National apresenta as finais do street feminino (11h), park feminino (14h), paraskate (15h15), street masculino (16h30), park masculino (17h45) e o high jump bv (19h). A premiação será às 20h. A entrada é gratuita, com retirada de ingressos via plataforma Sympla.
Gilmar Martins