A Secretaria de Saúde de Porto Alegre (SMS) publicou nesta terça-feira, 27, a segunda edição do Boletim Epidemiológico sobre Violência Autoprovocada e Óbitos por Suicídio na Capital – informações neste link. Cabe à Equipe de Vigilância de Doenças e Agravos Não Transmissíveis (EVDANT) o monitoramento deste agravo junto à rede de serviços de saúde da cidade. A iniciativa marca a passagem do Setembro Amarelo, período de reflexão sobre a prevenção do suicídio.

Com periodicidade anual a partir deste ano, o boletim descreve o perfil das notificações autoprovocadas e dos suicídios que ocorreram ao longo dos anos em Porto Alegre, contribuindo para a conscientização sobre o tema. No dia 3 de setembro, uma caminhada no Parque Farroupilha destacou a necessidade de conversar sobre o assunto. 

Em relação a tentativas de suicídio, foram analisadas 5.444 notificações coletadas do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) registradas entre 2017 e 2022 (esse dado ainda parcial). Do total, 3.686 (67,7%) ocorreram com mulheres. Dessas, 56,3% concentraram-se na faixa etária dos 10 aos 29 anos. Entre os homens, 50,8% ocorreram nas faixas etárias compreendidas dos 20 aos 39 anos.

A publicação também traz dados sobre o atendimento na Atenção Primária à Saúde em decorrência de tentativas de suicídio. De acordo com a análise de 2016 a 2022, a faixa etária de 15 a 19 anos é a que mais buscou atendimento, seguido das pessoas entre 20 e 24 anos.

Óbitos – A análise de morte em decorrência de suicídio abrangeu o maior período - 2001 a 2022. No total, foram emitidas 1.989 declarações de óbito por suicídio em Porto Alegre. Os dados são do Sistema de Informação de Mortalidade (SIM). A faixa etária com maior ocorrência foi dos 20 aos 29 anos (20,6%), seguida por 30 aos 39 anos (20,2%).

Nos homens, a mesma tendência é observada (22,5% e 19,7%, respectivamente). Já nas mulheres, a faixa etária mais acometida foi dos 30 aos 39 anos (22%) e, em seguida, dos 40 aos 49 anos (19,6%). Quanto à raça/cor, a maior proporção de óbitos se deu entre pessoas brancas (85,3%), enquanto que pretos e pardos somaram 13,3% dos óbitos por suicídio.

A publicação da diretoria de Vigilância em Saúde alerta que “falar sobre o assunto de forma responsável visa apoiar as pessoas que estejam passando por momentos difíceis e de crise para que busquem ajuda”.

Ajuda - Um dos canais destacados no Boletim Epidemiológico é o Centro de Valorização da Vida, o CVV. O serviço funciona 24 horas por dia e atende, com voluntários, pelo telefone 188, em todo o país. /o serviço é gratuito e também oferece à população o site https://www.cvv.org.br.