Boletim indica manutenção da vigilância sobre Covid-19 e outros vírus respiratórios
A Secretaria Municipal de Saúde (SMS), por meio da Vigilância Epidemiológica, publicou nesta quinta-feira, 25, a última edição do Boletim Epidemiológico da Covid-19. A medida leva em consideração o cenário epidemiológico da doença na cidade e o fato de a Organização Mundial de Saúde (OMS) ter decretado o fim da Emergência de Saúde Pública de Interesse Internacional referente à Covid-19 no início do mês. Dados referentes à doença ou a outros agravos respiratórios passarão a ser disponibilizados em boletins epidemiológicos de vírus respiratórios, de forma sazonal.
A diretora da Vigilância em Saúde municipal, Fernanda Fernandes, destaca o trecho do boletim sobre a manutenção da vigilância sobre a Covid-19 e demais vírus respiratórios. “O agravo passa a ser considerado estabelecido em nosso meio, de permanente interesse em saúde pública”. A diretora enfatiza que a Covid-19 continua sendo o principal causador de óbitos por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) no município e que medidas para enfrentamento de transmissão da doença, como esquema completo de vacinação, isolamento de doentes e uso de máscara, conforme cenário epidemiológico, podem ser consideradas.
O boletim 3/23 traz os dados de todo o período de vigência da emergência. De 23 de março de 2020 até 19 de maio de 2023, foram notificados 333.099 casos confirmados de Covid-19 entre residentes de Porto Alegre, com 6.668 óbitos registrados nos sistemas oficiais SIVEP-Gripe e e-SUS Notifica.
Em relação aos óbitos, a maioria ocorreu nas faixas etárias mais avançadas e em pacientes com doenças prévias ou fatores de risco. Em relação ao total do número de óbitos notificados, 92% possuíam algum tipo de comorbidade, sendo que as mais frequentes foram as cardiopatias (3.436) e a diabetes mellitus (2.265). A faixa etária mais acometida foi a dos 70 aos 79 anos.
O avanço da doença no município e o impacto nas internações e óbitos teve relação direta entre a entrada de variantes mais agressivas e o percentual de cobertura vacinal alcançado.
Internações - O maior número de internações por Síndrome Respiratória Aguda Grave associada à Covid-19 (SRAG por Covid-19), junto do maior pico de óbitos de toda a pandemia, ocorreu em março de 2021, período em que a vacinação ainda era incipiente e apenas para grupos específicos e mais vulneráveis da população.
Óbitos - Em relação aos óbitos, dois picos foram identificados: em março de 2021 (circulação da variante Gama), e janeiro de 2022, relacionado à variante Ômicron. A redução do número de óbitos foi constante a partir de fevereiro de 2022, tendo leve aumento nos meses de julho e dezembro de 2022, mas nunca atingindo números anteriormente registrados. Em relação ao sexo não houve diferença significativa na incidência entre feminino e masculino em todo o período.
Surtos - O Boletim Epidemiológico também destaca a ocorrência de surtos de Covid-19 no período de vigência da emergência sanitária. Desde o início da pandemia, as situações de suspeita de surto foram avaliadas pela Equipe de Vigilância de Doenças Transmissíveis da Diretoria de Vigilância em Saúde, com orientação dos critérios de testagem dos envolvidos e definição da necessidade e tempo de afastamento, bem como reforço das orientações das medidas preventivas e demais regras sanitárias de acordo com a natureza do local investigado.
Gilmar Martins