Capital conclui 10ª edição do Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde
Porto Alegre está em fase de conclusão de mais uma edição do Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde (PET-Saúde). Após um ano de ações em cinco diferentes áreas, grupos de profissionais da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), articulados com professores e alunos de universidades, se dedicam agora ao fechamento dos relatórios finais.
O PET-Saúde é uma ação do Ministério da Saúde e do Ministério da Educação que pretende qualificar a integração ensino-serviço-comunidade nos municípios, aprimorando o conhecimento dos profissionais, bem como dos estudantes dos cursos de graduação na área. São desenvolvidas atividades de ensino, pesquisa, extensão universitária e participação social.
“O programa possibilita aos alunos uma vivência única no Sistema Único de Saúde ainda na graduação, o que garante a aproximação dos futuros profissionais com a rede de atendimento, e isso é um ganho muito importante”, avalia a coordenadora do PET-Saúde pela Coordenadoria Leste, Milene Teixeira Cassalha.
Na 10ª edição do programa, cinco projetos de Porto Alegre foram aprovados nas seguintes áreas e regiões: doenças crônicas não transmissíveis (Leste), com acompanhamento da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS); assistência à saúde de mulheres, crianças e pessoas com doenças crônicas (Oeste), junto com a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs); atenção à sífilis adquirida e gestacional (Norte), com a Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA); reconstrução das ações de controle da tuberculose (Norte), com a Unisinos; e gestão e assistência dos processos de desospitalização, junto com o Hospital de Pronto Socorro e o Instituto Metodista Porto Alegre (IPA).
O aluno de fisioterapia da Ufrgs, Jose Laurito, teve a oportunidade de conhecer o funcionamento da Atenção Primária à Saúde, incluindo o trabalho do Consultório na Rua, que atende a população em situação de rua. “O programa serviu para ampliar a visão da saúde como um todo e da minha própria área de atuação”, comenta. “Participar me torna um profissional e um cidadão mais consciente de como funciona o processo do SUS e a luta pela garantia do direito à saúde.”
Conheça um pouco de cada projeto:
Doenças crônicas não-transmissíveis – As ações desenvolvidas nas unidades de saúde do território da Coordenadoria Leste incluíram produção de materiais educativos voltados a profissionais, como fluxogramas e infográficos, e a usuários, como vídeos para as salas de espera. Além disso, foram organizados grupos de hipertensão arterial sistêmica e diabetes, com atenção a questões de monitoramento dos pacientes, relacionando com metas do programa Previne Brasil, do governo federal.
Saúde de mulheres, crianças e pessoas com doenças crônicas – As ações nos serviços das coordenadorias Oeste e Sul buscaram qualificar processos de gestão do cuidado, a partir da problematização de indicadores de saúde na produção de novos arranjos produtivos de cuidado interprofissional e de ações de fortalecimento da integração ensino-serviço-comunidade. A troca de experiências e a vivência nos diferentes cenários da rede possibilitaram o aprendizado entre as profissões, incluindo os usuários no processo de cuidado e gestão.
Sífilis adquirida e gestacional – Na Coordenadoria Norte, os grupos participaram de atividades de atendimento à população, com testes rápidos e sala de espera para fomentar a importância da testagem. Também fizeram monitoramento e busca ativa de usuários para acompanhar o tratamento. Os alunos participaram de atividades de formação profissional em diferentes espaços, como Vigilância em Saúde, sede da SMS, coordenadoria e unidades de saúde.
Tuberculose – A Coordenadoria Norte trabalhou a temática em cinco linhas de atuação, no sentido de qualificar ações de controle da doença: mapeamento de casos, de abandono do tratamento e busca dos casos contatos na coordenadoria; monitoramento de casos e de abandono do tratamento; promoção de espaços de educação permanente com temas base do PET-Saúde Gestão e Assistência; busca ativa para resgatar os casos de abandono de tratamento; e ampliação do acesso aos cuidados da tuberculose para populações vulneráveis.
Desospitalização – O objetivo foi mapear o itinerário terapêutico e qualificar a alta hospitalar de pacientes vítimas de trauma com lesão incapacitante, permanente ou não. Foram realizadas atividades de gestão em saúde e assistenciais incentivando a vivência dos alunos em cenários de prática, como o Hospital de Pronto Socorro e unidades de saúde da Coordenadoria Sul. Entre as ações, foram identificadas as características dos pacientes desospitalizados, com o planejamento e acompanhamento da alta desde o hospital até a reintegração à comunidade, planejamento de cuidados continuados à família do paciente e envolvimento dela para evitar a reinternação.
Esta edição do PET-Saúde conta com a participação de 55 profissionais da SMS, 50 professores e 200 acadêmicos. Os cinco grupos têm até 31 de agosto para entregar os relatórios finais da 10ª edição do programa ao Ministério da Saúde. O acompanhamento dos participantes nos serviços da Capital começou em agosto do ano passado.
Gilmar Martins