Incentivo à doação de órgãos é destaque em seminário do HPS

22/09/2023 16:50
Cristine Rochol/PMPA
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Mês de setembro tem estimulado a promoção de ações que sensibilizem a sociedade para o tema

Estimular que mais pessoas abracem uma causa que pode salvar muitas vidas está entre os objetivos do Hospital de Pronto Socorro (HPS) com o 2º Seminário sobre Doação de Órgãos, realizado nesta sexta-feira, 22. A ideia é levar informações às equipes de profissionais e estudantes da área. O desenvolvimento dos transplantes no Brasil e no mundo e a situação atual no Rio Grande do Sul, a humanização na saúde e a doação de tecidos foram alguns temas em debate na programação, que ocorreu das 9h às 17h.

Conforme o nefrologista Valter Garcia, responsável pela Unidade de Transplante de Rim e Pâncreas da Santa Casa de Misericórdia, o mês de setembro tem estimulado a promoção de ações que sensibilizem a sociedade para o tema. “É importante discutir aspectos de como melhorar a doação de órgãos, tornando o processo mais efetivo para ampliar o número de transplantes e dar uma solução melhor aos pacientes que aguardam na fila de espera”, afirma o médico, que já coordenou a Associação Brasileira de Transplantes. “O transplante é a única forma de tratamento que depende da sociedade, a partir da decisão dos familiares das pessoas falecidas”, completa. 

Hospitais de trauma como o HPS têm um papel importante na identificação de possíveis doadores, pois recebem casos gravíssimos, como acidentes de trânsito, acidentes vasculares cerebrais e derrames, por exemplo. Esses quadros podem resultar em morte cerebral, quando se abre a possibilidade da doação de órgãos. Junto com o Hospital Cristo Redentor, o HPS está entre as instituições hospitalares que mais intermedia doações no Estado. 

A captação de órgãos para doação já faz parte da rotina do HPS, conforme destaca a diretora-geral do HPS, Tatiana Breyer. “Acreditamos que o tratamento realizado durante toda a internação do paciente pode fazer com que a família entenda a doação como um ato de solidariedade, de amor com outras famílias que estão aguardando na lista de transplantes”, avalia. “Precisamos que as famílias estejam abertas a essa possibilidade, entendendo que às vezes uma situação de morte de um familiar, momento difícil e triste, acaba proporcionando para outra família a possibilidade de continuidade da vida”, diz Tatiana. 

O coordenador da Comissão Intra-hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante do HPS, Cristiano Franke, mostrou que, em 2022, a instituição notificou 14 doadores à Central de Transplantes do Rio Grande do Sul. O quantitativo possibilitou o transplante de 24 rins, oito fígados, seis pulmões, dois corações, seis córneas e dois doadores de pele. Desde 2002, o setor é responsável por coordenar as ações referentes à doação de órgãos no HPS, com a identificação do potencial doador, passando pela entrevista familiar, suporte e acompanhamento.

Como convidado especial, o transplantado cardíaco James Silva, ativista na causa da doação de órgãos, deu seu depoimento e falou da importância dessa atitude para salvar vidas. O secretário-adjunto de Saúde, Cesar Sulzbach, participou da abertura da programação. Também foi palestrante o coordenador da Central Estadual de Transplante do Rio Grande do Sul, Rafael Rosa.

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Vanessa Conte

Gilmar Martins