Janeiro Roxo é dedicado à prevenção da hanseníase
Janeiro é o mês de reflexão sobre a hanseníase, tendo o terceiro domingo (dia 28, neste ano), como Dia Mundial da Hanseníase, e o dia 31 como Dia Nacional de Combate e Prevenção à doença. Em Porto Alegre, a hanseníase está sob controle, mas segue um problema de saúde pública no restante do País. O mês é conhecido como Janeiro Roxo.
Para contribuir com as reflexões sobre a doença, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) programou ações e lançou um boletim especial com dados epidemiológicos em Porto Alegre. Com produção da Equipe de Vigilância de Doenças Transmissíveis da SMS, o boletim traz dados da doença na cidade, ações do Programa Municipal de Controle da Hanseníase e da Rede de Atenção à Saúde em 2023. Acesse aqui o documento.
A doença - A hanseníase é uma doença infecciosa de evolução crônica, que afeta os nervos periféricos e a pele, podendo causar no paciente incapacidade física e prejuízo funcional, especialmente nas mãos, pés e olhos. Além dos danos causados pelo bacilo, a pessoa com hanseníase enfrenta problemas psicológicos, como medo, ansiedade e solidão. Uma das doenças mais antigas da humanidade (a primeira referência escrita data de 600 a.C.), é causada pela bactéria Mycobacterium leprae. Durante muito tempo, a doença foi designada “lepra”. No Brasil, desde 1995 uma lei federal indica a preferência pelo termo hanseníase para designação da doença.
Sensibilização - Na próxima semana, deve ser realizada ação na Unidade de Saúde Vila Mapa para sensibilizar sobre a doença e oferta de testes rápidos para contatos de pacientes com diagnóstico confirmado de hanseníase. Na quarta-feira, 31, no Centro de Saúde Modelo, acontecerá uma roda de conversa sobre os temas Imunoprofilaxia e monitoramento de contatos na hanseníase, com horário a confirmar.
Nos dias 23 e 24, em Brasília, acontece o evento Compartilhar Desafios: Janeiro Roxo 2024 - Uma jornada para integração e avanços em hanseníase, do Ministério da Saúde. A coordenadora do programa municipal, enfermeira Fabiane Soares de Souza, falará sobre a experiência de Porto Alegre no dia 24, às 9h. O evento poderá ser acompanhado em tempo real, pelo link <https://webinar.aids.gov.br/seguranca/login.php?time=1691433574.
Sintomas - A hanseníase costuma atingir partes frias do corpo, principalmente as extremidades, lóbulos de orelhas e nariz. Os sintomas da doença estão relacionados conforme o nervo atingido, entre os mais comuns: manchas no corpo associadas à perda de sensibilidade, queda de pelos, formigamento nas mãos e/ou pés e/ou braços e/ou pernas, ressecamento dos olhos, diminuição da força muscular.
Diagnóstico – É eminentemente clínico, realizado por meio de exame físico na Unidade de Saúde. A hanseníase tem cura, com tratamento gratuito via antibióticos, fornecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Sem tratamento, a doença pode deixar sequelas para o resto da vida.
RS e Brasil - O Brasil ocupa o segundo lugar entre os países com maior número de casos de hanseníase no mundo - o Rio Grande do Sul é o estado com maior proporção de casos novos, com incapacidade física em decorrência do diagnóstico tardio.
Entre 2018 e 2023 foram diagnosticados 41 casos novos de hanseníase em Porto Alegre, sendo 34 na forma multibacilar (presença de mais de cinco lesões de pele) e sete na forma paucibacilar (presença de uma a cinco lesões).
Na Capital, a faixa etária prevalente no sexo masculino está entre jovens adultos, 20-34 anos, e idosos de 65-79 anos - no sexo feminino, a faixa etária com mais casos fica entre 35-64 anos.
A infecção é transmitida pelos indivíduos acometidos pela hanseníase não tratados para outra pessoa exposta em período prolongado e que seja suscetível a doença. Fabiane Soares de Souza lembra que pessoas contatantes de caso confirmado previnem a doença com uma dose de vacina BCG. “Pessoas contatantes que não sabem do caso confirmado não têm como prevenir a infecção”, frisa.
Gilmar Martins