Porto Alegre aguarda chegada de vacinas para iniciar imunização de crianças

07/01/2022 08:22
Cristine Rochol/PMPA
SMS
Público-alvo é composto por aproximadamente 120 mil crianças na Capital

O Ministério da Saúde divulgou na quarta-feira, 5, que a vacinação de crianças entre cinco e 11 anos contra Covid-19 será iniciada na segunda quinzena de janeiro no Brasil. A expectativa é de iniciar o processo de imunização das 20 milhões de crianças do país em 17 de janeiro, um ano após o início do processo de vacinação contra Covid-19 no Brasil. Em Porto Alegre, o público-alvo é composto por aproximadamente 120 mil crianças. 

Segundo informação do MS, em janeiro devem ser distribuídas 3,7 milhões de doses da vacina a estados e municípios, em três remessas. A primeira, com 1,248 milhão de doses, deve chegar ao Brasil no dia 13, com distribuição a partir de 14 de janeiro. A expectativa da Secretaria Estadual da Saúde do RS é de que a primeira remessa seja de 60 mil doses da vacina Pfizer.

O calendário proposto pelo Programa Nacional de Imunizações prevê escalonamento. Primeiro, serão vacinadas crianças na faixa dos cinco aos 11 anos com comorbidades, com deficiência permanente, quilombolas e indígenas e aquelas que residem com pessoas de grupos de risco para a doença, como idosos. Depois dessa etapa, a vacinação contemplará os grupos etários: 11-10 anos; nove e oito; sete e seis; e cinco anos de idade. 

Não será necessária prescrição médica. Os pais ou responsáveis devem acompanhar a administração. Caso ausentes, será necessário apresentar autorização por escrito.
O esquema vacinal será composto por duas doses da vacina Pfizer destinada ao grupo infantil, com intervalo de oito semanas (56 dias) entre as doses. 

O diretor da Vigilância em Saúde (DVS) de Porto Alegre, Fernando Ritter, destaca que a vacinação não é obrigatória, mas consiste em um direito das crianças e das famílias. “A vacina da Pfizer vem sendo aplicada no mundo há dois meses, com mais de oito milhões de doses aplicadas somente nos Estados Unidos, sem registro de eventos adversos importantes. Além disso, o risco de ter complicação com a Covid-19 é muito maior que a chance de algum efeito adverso importante”, frisa. 

Para o gestor, garantir a vacinação das crianças é garantir maior segurança a toda comunidade. “As crianças, ainda que não desenvolvam quadros graves da Covid-19, são vetores da doença, levando o vírus para suas casas ou escola, podendo colocar em risco outras pessoas, mais suscetíveis à infecção, como avós, pais com comorbidades, professores e funcionários de escolas. No Brasil, mais de 1.400 crianças já perderam a vida pela Covid-19, muito mais que todas as doenças preveníveis por vacinas existentes e disponíveis no calendário vacinal brasileiro."

A segurança da vacina, já comprovada em estudos em diferentes partes do mundo, levou a Agência Nacional de Vigilância Sanitária a aprovar o uso emergencial da Pfizer infantil no Brasil em 16 de dezembro de 2021. A extensão do público-alvo da imunização é mais um fator que contribui para o alcance da imunidade coletiva. “Até o momento, apenas as crianças estavam fora do plano nacional de vacinação. Quanto maior o público incluído e maior a cobertura vacinal, maior proteção é garantida a todos”, lembra Ritter. 

Patrícia Coelho

Fabiana Kloeckner