A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) divulgou nesta sexta-feira, 26, o Informe de Risco 1/24, com o balanço das capturas de morcegos na cidade neste ano. Das 72 coletas feitas, houve confirmação laboratorial do vírus da raiva em três animais. A positividade é de 4,1%. Os animais com o vírus foram coletados pela Equipe de Vigilância de Antropozoonoses (Evantropo) nos bairros Cristal, Cidade Baixa e Guarujá. Em janeiro de 2023 foram capturados 34 morcegos na cidade, com confirmação de dois casos positivos. No ano, foram 163 capturas e sete positivos, com índice de positividade de 4,3%

No informe, divulgado pelo SMS por meio do Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs) há orientações gerais à comunidade em relação às colônias de morcegos em residências ou estabelecimentos comerciais, importância da vacinação anual de animais domésticos contra a raiva, como proceder em caso de acidente ou contato com morcegos com comportamento alterado, sobre a doença e quando acionar a Evantropo para coleta ou captura do animal. 

“Os morcegos não atacam as pessoas. Eles são animais inofensivos e, por serem silvestres, são protegidos por lei. Cumprem papel fundamental no equilíbrio do ecossistema, seja através da polinização de diversas plantas, seja no controle de insetos. Durante uma noite um morcego é capaz de ingerir em torno de três mil insetos”, frisa o chefe da Evantropo, Paulo Casa Nova, que lembra ainda as recomendações diante de colônias do animal: “A colônia não deve ser retirada. Nesses casos, a recomendação é aguardar o período de migração deles, que acontece no outono/inverno". Após a saída dos animais, é necessário providenciar a limpeza do local e colocação de dispositivos que impeçam  a entrada dos morcegos quando retornarem, na primavera/verão. "Os morcegos têm o hábito de retornar ao local anterior. Caso não possam entrar, vão procurar abrigo em outro local”, enfatiza o médico veterinário.

A Vigilância em Saúde não atende chamados para desalojar colônias de morcegos. “Se você encontrar morcego voando normalmente, dentro de casa, abra as janelas e apague as luzes, para facilitar a saída do animal”, diz Casa Nova. A Evantrpo deve ser acionada nos casos em que o morcego apresentar comportamento alterado: voando à luz do dia, caído no chão, pendurado em janelas ou cortinas. Nesses casos, a orientação é não tocar no animal e evitar o contato de animais domésticos com o morcego. Se possível, ele deverá ser capturado ou contido. “Use pano, caixa de papel, balde ou mantenha o morcego preso em um ambiente fechado até que a equipe da prefeitura faça o recolhimento”, ressalta Casa Nova. 

Somente morcegos em situação anormal serão recolhidos pela Equipe de Antropozoonoses da Diretoria de Vigilância em Saúde. O chamado à equipe pode ser feito pelo sistema 156 ou pelo telefone/WhatsApp da Evantropo: (51) 3289-2450. A coleta de animais é feita somente de segundas a sextas-feiras, das 9h às 17h. Não há plantão do serviço fora do horário comercial da Diretoria de Vigilância em Saúde. 

Pessoas que tiverem acidentes (lambedura de mucosa ou pele não íntegra, arranhadura ou mordida), envolvendo animais mamíferos como cão, gato e morcego, devem procurar atendimento na sua unidade de saúde de referência. O profissional avaliará a situação e, havendo indicação, encaminhará o paciente para aplicação de dose de vacina e/ou soro antirrábico. O soro é administrado no Hospital de Pronto Socorro e a imunoglobulina no Hospital Materno-Infantil Presidente. A vacina, nas US Tristeza e Modelo.