Profissionais serão capacitados para qualificar diagnóstico do câncer infantil
A identificação precoce do câncer infanto-juvenil, assim como os demais tipos, pode salvar a vida de crianças e adolescentes. Pensando nisso, profissionais das unidades de saúde da Capital serão capacitados para reconhecer sinais e sintomas da doença, possibilitando o encaminhamento adequado a cada caso. O anúncio foi feito nesta terça-feira, 23, Dia Nacional de Combate ao Câncer Infantil. A iniciativa é do Instituto do Câncer Infantil, em parceria com o Instituto Ronald McDonald e a Secretaria Municipal de Saúde (SMS).
As aulas serão presenciais e ocorrem de 7 a 10 de dezembro, no Centro Integrado de Apoio do ICI (rua São Manoel, 850, bairro Rio Branco), organizadas em duas turmas, totalizando carga horária de seis horas, três em cada encontro. Conforme o médico Lauro Gregianin, responsável por ministrar a capacitação, as equipes da oncologia do instituto têm recebido casos cada vez mais graves e avançados que poderiam ter sido abordados precocemente, evitando desfechos muito negativos.
“Neste momento, a preocupação é o resgate do cuidado e do incentivo para que as famílias busquem as unidades de saúde quando identificarem qualquer anormalidade em relação às crianças”, diz a técnica da SMS Sonia Silvestrim, da área de Saúde da Criança e Adolescente e Comitê de Investigação da Mortalidade Infantil. Segundo ela, é fundamental qualificar médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem para reconhecer alguns sintomas, já que as famílias estão nos territórios onde os profissionais atuam.
Dados e conscientização – O Instituto Nacional de Câncer (Inca) estima que, para cada ano do triênio 2020/2022, sejam diagnosticados no Brasil 8.460 novos casos de câncer infanto-juvenil (4.310 em homens e 4.150 em mulheres). Para estimular ações educativas e promover debates sobre o tema, foi criado o Dia Nacional de Combate ao Câncer Infantil. Esse câncer corresponde a um grupo de várias doenças que têm em comum a proliferação descontrolada de células anormais e pode ocorrer em qualquer local do organismo. Os tumores mais frequentes na infância e na adolescência são as leucemias (que afetam os glóbulos brancos) e os do sistema nervoso central e linfático.
Assim como em países desenvolvidos, no Brasil o câncer já representa a primeira causa de morte (8% do total) por doença entre crianças e adolescentes de um a 19 anos. Nas últimas quatro décadas, o progresso no tratamento foi extremamente significativo. Hoje, em torno de 80% das crianças e adolescentes acometidos de câncer podem ser curados se diagnosticados precocemente e tratados em centros especializados.
Andrea Brasil