Cristine Rochol/PMPA

A trajetória de 20 anos de atuação do Centro de Referência no Atendimento Infantojuvenil de Porto Alegre (Crai) é tema de evento especial de capacitação iniciado nesta quarta-feira, 22, no auditório da Associação Médica do Rio Grande do Sul (Amrigs). Pela manhã, a abertura contou com a participação de diversas autoridades das áreas da Justiça, segurança pública e saúde. O Centro é um espaço de atendimento a crianças e adolescentes vítimas de violência sexual que reúne diversos setores de assistência em um mesmo local. Atende casos de todo o Rio Grande do Sul e funciona nas dependências do Hospital Materno Infantil Presidente Vargas, administrado pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS).

O secretário municipal de Saúde, Mauro Sparta, participou da mesa de abertura. “Temos muito orgulho do trabalho realizado pelo Crai ao longo dessas duas décadas. É muito importante que as nossas crianças e adolescentes vítimas de um crime abominável recebam acolhimento, cuidado e proteção, para que consigam se recuperar desse trauma”, afirmou.

A coordenadora do Crai, pediatra Maria de Fátima Géa, fez um agradecimento especial à equipe de profissionais que atua no serviço e também à Associação dos Amigos do Hospital Materno Infantil Presidente Vargas (Ahmi), que destinou recursos para reforma geral das instalações, realizada em 2021. Nas perspectivas do setor está evoluir na construção de um banco de dados. “É importante termos informações consistentes que nos permitam investir em linhas de pesquisa, produzir publicações e levar nossos dados a congressos, por exemplo”, diz Fátima. Destacou ainda parceria com a Sociedade Gaúcha de Pediatria, que possibilitou a participação de estudantes residentes dos hospitais Moinhos de Vento e Santo Antônio em estágio no local.

Cristine Rochol/PMPA

A psicóloga Eliane Soares coordenou o Crai de 2009 a 2020 e foi uma das participantes da roda de conversa sobre a história do serviço. Lembrou que o período foi de trabalho intenso para ampliação da estrutura geral de atendimento, incluindo espaço físico, aquisição de novos equipamentos e contratação de recursos humanos. “Investimos muito na integração das equipes, duas delas da segurança pública e uma da saúde. Esse foi o nosso maior desafio, fazer com que as equipes atuassem dentro desse olhar unificado de integração”, contou.

A programação vai até esta quinta-feira, 23, às 17h30, com debates e discussões na área. Entre os assuntos estão a história do Crai, a importância das perícias como prova da violência sexual, os desafios para implementação da Lei da Escuta Protegida e a implantação de novos centros de referência ao atendimento de crianças e adolescentes vítimas de violência sexual no Rio Grande do Sul. Também serão abordadas as consequências na saúde mental das vítimas, atuação do Conselho Tutelar na proteção dos casos e atendimentos psicológicos, pediátricos e de assistência social.

Referência - O serviço atua em casos de suspeita ou confirmação de abuso sexual na faixa etária dos zero aos 18 anos. Fornece avaliação integral, desde o registro da ocorrência policial, preparação para a perícia médica, notificação ao conselho tutelar e avaliação clínica até o encaminhamento para tratamento terapêutico na rede de saúde do município de origem da vítima. O modelo é referência para outros municípios e estados brasileiros. É uma parceria entre a Prefeitura de Porto Alegre e a Secretaria de Segurança Pública, através do Instituto-Geral de Perícias e da Polícia Civil. O Ministério Público do RS participa da articulação entre as instituições.

Veja a programação.

Centro de Referência no Atendimento Infantojuvenil
Hospital Materno Infantil Presidente Vargas
Avenida Independência, 661, 6º andar, bloco C, sala 619
(51) 3289-3057 e (51) 3289-3058
Atendimento: segunda a sexta-feira, das 8h às 17h
Atendimentos fora do horário podem ser encaminhados ao setor de emergência do hospital, para avaliação.