Saúde divulga dados do telemonitoramento de sífilis em gestantes

25/10/2020 10:08
Alex Rocha/PMPA
Saúde
Telemonitoramento de sífilis em gestante tem como objetivo garantir adesão ao tratamento das usuárias

Porto Alegre divulga os números do telemonitoramento de gestantes com diagnóstico de sífilis. Em 2019, a Capital teve 951 casos de sífilis em gestante e a taxa de incidência de sífilis congênita está em 26,3 casos/1.000 nascidos vivos ‐ 435 casos confirmados. Desde o início do ano, 718 gestantes com diagnóstico de sífilis tiveram acompanhamento a partir do resultado do teste. Deste total, 522 usuárias seguem com monitoramento ativo e 196 já tiveram desfecho concluído após término do puerpério. 

O telemonitoramento de sífilis em gestante tem como objetivo garantir adesão ao tratamento das usuárias e parceria, com o objetivo de reduzir os casos de sífilis congênita no município de Porto Alegre. A doença, quando não tratada adequadamente, pode causar sífilis congênita em recém nascidos, com prejuízos na formação do feto, tais como cegueira, surdez ou deficiência mental. Além disso, pode causar o aborto ou até a morte do bebê. 

É realizada busca ativa pelas equipes de Atenção Primária e monitoramento dos casos nos sistemas de informação. As gestantes são acompanhadas do diagnóstico até o fim do tratamento através de contatos telefônicos. Outro objetivo do programa é intervir o mais breve possível, quando descoberto o diagnóstico de sífilis na gestante.

O acompanhamento das gestantes com sífilis é iniciado a partir do resultado do teste durante o pré-natal. Se positivo, o tratamento é disponibilizado imediatamente, abrangendo a gestante e o parceiro. O diagnóstico precoce e o tratamento visam a evitar transmissão vertical - da mãe para o bebê, diminuindo os índices de sífilis congênita no município. 

A equipe também realiza ligações telefônicas para orientar as usuárias da importância da conclusão do tratamento prescrito para a gestante e sua parceria, mantendo um contato que suporte a sua aproximação ao serviço de saúde, promovendo assim a adesão ao tratamento e ao pré-natal.

Dados do monitoramento (718 gestantes): 

• 490 (68%) estão na fase adulta, seguido de 163 (23%) adultas jovens e 65 (9%) adolescentes. • 512 (71,3%) tiveram seu diagnóstico no primeiro trimestre de gestação; • 539 (75,1%) já concluíram o esquema de doses prescritas e somente 181 (25,2%) não completaram o tratamento ou não realizaram tratamento mesmo após contato telefônico e/ou busca ativa das unidades de saúde; • em 404 (56,3%) dos diagnósticos não há comprovação do tratamento da parceria da gestante, e em 200 (33%) ocorreu o  tratamento. Do total, 114 (15,8%) das usuárias informaram não possuir parcerias.

No Brasil, o mês de outubro é alusivo ao combate à sífilis. O teste rápido para detecção do agravo está disponível para toda a população nas Unidades de Atenção Primária à Saúde do Município. Já no pré-natal, o exame é realizado na primeira consulta e durante o decorrer do mesmo (segundo e terceiro trimestres), junto aos testes rápidos de HIV e hepatites B e C.

  

 

Patrícia Coelho

Gilmar Martins