Saúde divulga dados do telemonitoramento de sífilis em gestantes
Porto Alegre divulga os números do telemonitoramento de gestantes com diagnóstico de sífilis. Em 2019, a Capital teve 951 casos de sífilis em gestante e a taxa de incidência de sífilis congênita está em 26,3 casos/1.000 nascidos vivos ‐ 435 casos confirmados. Desde o início do ano, 718 gestantes com diagnóstico de sífilis tiveram acompanhamento a partir do resultado do teste. Deste total, 522 usuárias seguem com monitoramento ativo e 196 já tiveram desfecho concluído após término do puerpério.
O telemonitoramento de sífilis em gestante tem como objetivo garantir adesão ao tratamento das usuárias e parceria, com o objetivo de reduzir os casos de sífilis congênita no município de Porto Alegre. A doença, quando não tratada adequadamente, pode causar sífilis congênita em recém nascidos, com prejuízos na formação do feto, tais como cegueira, surdez ou deficiência mental. Além disso, pode causar o aborto ou até a morte do bebê.
É realizada busca ativa pelas equipes de Atenção Primária e monitoramento dos casos nos sistemas de informação. As gestantes são acompanhadas do diagnóstico até o fim do tratamento através de contatos telefônicos. Outro objetivo do programa é intervir o mais breve possível, quando descoberto o diagnóstico de sífilis na gestante.
O acompanhamento das gestantes com sífilis é iniciado a partir do resultado do teste durante o pré-natal. Se positivo, o tratamento é disponibilizado imediatamente, abrangendo a gestante e o parceiro. O diagnóstico precoce e o tratamento visam a evitar transmissão vertical - da mãe para o bebê, diminuindo os índices de sífilis congênita no município.
A equipe também realiza ligações telefônicas para orientar as usuárias da importância da conclusão do tratamento prescrito para a gestante e sua parceria, mantendo um contato que suporte a sua aproximação ao serviço de saúde, promovendo assim a adesão ao tratamento e ao pré-natal.
Dados do monitoramento (718 gestantes):
• 490 (68%) estão na fase adulta, seguido de 163 (23%) adultas jovens e 65 (9%) adolescentes. • 512 (71,3%) tiveram seu diagnóstico no primeiro trimestre de gestação; • 539 (75,1%) já concluíram o esquema de doses prescritas e somente 181 (25,2%) não completaram o tratamento ou não realizaram tratamento mesmo após contato telefônico e/ou busca ativa das unidades de saúde; • em 404 (56,3%) dos diagnósticos não há comprovação do tratamento da parceria da gestante, e em 200 (33%) ocorreu o tratamento. Do total, 114 (15,8%) das usuárias informaram não possuir parcerias.
No Brasil, o mês de outubro é alusivo ao combate à sífilis. O teste rápido para detecção do agravo está disponível para toda a população nas Unidades de Atenção Primária à Saúde do Município. Já no pré-natal, o exame é realizado na primeira consulta e durante o decorrer do mesmo (segundo e terceiro trimestres), junto aos testes rápidos de HIV e hepatites B e C.
Gilmar Martins