Saúde divulga dados sobre leptospirose em Porto Alegre

28/09/2023 18:36

Em 2023, Porto Alegre confirmou 39 casos de leptospirose até o dia 23 de setembro (semana epidemiológica 38). Nove casos seguem em investigação. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira, 28, pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS). Em todo o ano de 2022, foram confirmados na cidade 37 casos da doença. Pessoas que tiveram contato com água de chuvas intensas, como as recentes que atingiram Porto Alegre nos últimos dias, devem ficar atentas a possíveis sintomas de leptospirose.

A leptospirose é uma doença infecciosa causada por uma bactéria chamada leptospira, presente na urina de ratos e de outros animais contaminados.

A doença é transmitida por contato direto ou pela água contaminada com a urina de roedores em contato com a pele, principalmente se houver algum arranhão ou ferimento. Em situações de enchentes e inundações, a urina dos ratos infectados com a bactéria em esgotos e bueiros mistura-se à enxurrada e à lama, fazendo com que qualquer pessoa que tenha contato com a água das chuvas ou o lodo contaminados possa ser atingida. O prazo médio entre o contato com água contaminada e a manifestação dos sintomas é entre sete e dez dias.

“Por isso, a pessoa que apresentar febre, dor de cabeça e dores no corpo alguns dias depois de ter entrado em contato com água de enchente ou esgoto deve procurar imediatamente o serviço de saúde mais próximo”, enfatiza a diretora em exercício da Vigilância em Saúde de Porto Alegre, Juliana Pinto. Ela lembra que a doença é curável e tem tratamento oferecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O diagnóstico e o tratamento precoces são importantes para o êxito da recuperação do paciente.

Prevenção - Como prevenção, o ideal é evitar o contato com água ou barro de enchentes. Nos casos em que o contato for inevitável, a recomendação é, logo que possível, retirar calçados molhados e limpar a região do corpo com água e sabão.

Pessoas que trabalham na limpeza de lama, entulhos e desentupimento de esgoto devem usar botas e luvas de borracha. Na impossibilidade, devem ser usados sacos plásticos íntegros e duplos, amarrados nas mãos e nos pés.

Após a limpeza, é indicado o uso de hipoclorito de sódio – água sanitária (com registro na Anvisa – Agência Nacional de Vigilância Sanitária) – a 2,5%.

O produto mata as leptospiras e deve ser utilizado para desinfetar reservatórios (1 litro de água sanitária para cada mil litros de água) e locais e objetos que tiveram contato com água ou lama contaminada (um copo de água sanitária em um balde de 20 litros de água). Durante os processos de limpeza e de desinfecção de locais onde houve inundação, deve-se também proteger pés e mãos do contato com a água.

Mais orientações no vídeo: 


Outros cuidados após enxurradas e enchentes

Patrícia Coelho

Gilmar Martins