Vigilância divulga dados epidemiológicos alusivos à saúde do homem e população negra
A Unidade de Vigilância Epidemiológica (UVE) da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) divulgou nesta quinta-feira, 9, documento alusivo ao Novembro Azul e ao Novembro Negro, com dados epidemiológicos sobre a saúde da população masculina e da população negra residente em Porto Alegre. Tendo por base o ano de 2020, os números são apresentados a partir dos recortes de raça/cor e sexo para os dados de nascimentos e óbitos, doenças transmissÃveis, doenças e agravos não transmissÃveis (DCNT).
Entre os destaques, 30,2% dos bebês residentes em Porto Alegre nascidos em 2020 são filhos de mulheres negras, sendo que a população negra representa 20,2% dos habitantes da Capital, de acordo com o Censo 2010 do IBGE. A maior parte das crianças filhas de mães negras nasceram em maternidades SUS.
Sobre os óbitos, identifica-se mortalidade precoce tanto entre homens como na população negra, com destaque para as causas externas. Dos óbitos por homicÃdio, 88,71% foram de homens. Na análise por raça/cor, os homicÃdios também apresentaram maior proporção entre os negros.
O documento chama atenção para o fato de que, historicamente, o grupo que mais sofre com doenças transmissÃveis crônicas (HIV/AIDS, sÃfilis e tuberculose) é a população negra - nos últimos três anos, esta população foi acometida por tuberculose em uma proporção três vezes maior do que a população branca.
A principal causa de internações por DCNT entre homens foi por Doenças do Aparelho Circulatório. Neoplasias de órgãos digestivos, do aparelho respiratório e dos órgãos genitais masculinos (que inclui o câncer de próstata) foram as principais causas de óbitos por neoplasias entre homens em 2020.
A gerente da UVE, enfermeira Juliana Maciel Pinto, destaca que "as análises epidemiológicas alusivas ao Novembro Azul e ao Novembro Negro buscam estimular ações de promoção de saúde e prevenção de doenças e agravos que mais acometem a essas populações, bem como sensibilizar a vigilância e a assistência à saúde para a equidade."
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Gilmar Martins