Diagnóstico inicial mostra que Carris precisa ser reorganizada
Responsável pela operação de 22 linhas de ônibus - entre elas, todas as transversais - ,mais 19 linhas do sistema de transportes e pela condução de mais de 110 mil passageiros por dia, a Carris amarga atualmente uma difícil situação financeira. Registrou, no ano passado, déficit de R$ 66 milhões e uma drástica redução de quase 30 milhões de passageiros, em meio a um cenário de crise no setor.
O diagnóstico do recém-empossado diretor-presidente da Carris, Maurício Cunha, ao encerrar a primeira semana de trabalho à frente da empresa pública de transportes, mostra que, apesar de a companhia possuir capital humano com potencial, bons quadros técnico-administrativos e integridade dos seus diretores, há um elevado e preocupante número de afastamentos de funcionários. Dos atuais 2 mil empregados (596 motoristas e 596 cobradores, mais mecânicos, assistentes administrativos, agentes de manutenção e eletricistas, entre outros), cerca de 750 estão afastados pelo INSS ou devido à pandemia, por pertencerem a grupos de risco.
Juntamente com a Controladoria-Geral, Maurício Cunha deu início, na última semana, a uma minuciosa radiografia da empresa, como primeira medida solicitada pelo prefeito Sebastião Melo e que deverá revelar os pontos críticos da Carris e o que precisa ser melhorado.
A frase que o novo diretor-presidente mais ouviu pela unanimidade de antigos empregados, nas dependências da empresa, na última semana, foi que a Carris “era muito melhor no passado", quando ingressaram na companhia.
“Esta primeira semana já nos mostrou que há necessidade de equacionar o grande número de afastamentos de pessoal e reorganizar o pátio da empresa, o que deverá impactar positivamente em diversos aspectos da operação”, afirma Cunha.
O desafio, agora, é chegar à conclusão sobre qual futuro deverá ser dado à Carris: privatizar a companhia ou manter a operação atual. O que já se sabe, segundo Cunha, é que não é mais possível aportar recursos do Tesouro Municipal para a empresa enquanto falta dinheiro na Saúde e na Educação. “Precisamos reorganizar a Carris e oferecer um serviço de melhor qualidade aos nossos usuários”, salienta.
Elisandra Borba