Com a meta de reduzir em 10% o índice de perdas físicas de água tratada no Subsistema Cascatinha – Reservatório Catumbi, o Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae) iniciou em abril de 2020 a setorização da rede distribuidora na Zona Sul da cidade. Os bairros abastecidos pelo Reservatório Catumbi - Campo Novo, Cavalhada, Cristal, Medianeira, Nonoai, Santa Tereza e Vila Nova - hoje perdem cerca de 47% da água distribuída, um índice que se pretende baixar para 37% com a setorização. O investimento é robusto. São cerca de R$ 7,32 milhões em recursos próprios do Dmae, para a empresa paulista Enops entregar a obra no prazo de 24 meses.

O trabalho pesado, ou seja, a fase de lançamento de redes, interligações, cortes, instalação de equipamentos e escavações do solo foi concluída na primeira quinzena de outubro. A etapa atual é de realização dos testes de estanqueidade, para verificar se os setores não se misturam entre si ou com outros subsistemas de abastecimento, e de pesquisa de fugas drenadas (não aparentes) mediante Geofonia e posterior conserto das fugas encontradas (saiba mais).  A conclusão dos serviços deve ocorrer até o final de março de 2022.

Captura de tela / PMPA

O que é a Setorização – Setorizar é dividir uma área grande em setores menores e estanques (sem misturas), os chamados Distritos de Medição e Controle (DMCs). Esses Distritos são controlados por um (ou mais de um) macromedidor de vazão na entrada de cada setor. De modo remoto, on-line, o macromedidor vai informar ao Dmae o volume de água que está sendo distribuído dentro do setor, permitindo comparar com a micromedição comercial (que é medida nos hidrômetros das economias) para se calcular as perdas físicas ou comerciais de água tratada/potável. Dependendo dos resultados, o Dmae irá programar ações corretivas de forma a diminuir as perdas no setor. A contratada Enops desenvolveu um estudo prévio das pressões e vazões, da modelagem hidráulica e da calibração na área de abrangência do Subsistema Cascatinha-Catumbi. Após esse diagnóstico inicial, e com tudo implantado, a Enops fará o levantamento final dos índices de redução de perdas.

O coordenador de Controle de Perdas da Gerência de Distribuição e Coleta, engenheiro Luiz Alexandre Rezeres de Barros, afirma que o foco desse contrato são as perdas físicas de água. Ou seja, as perdas decorrentes dos vazamentos causados pela pressão elevada ou pela fragilidade dos materiais das redes e das ligações irregulares. “Além da redução das perdas físicas, a setorização também melhora o sistema de distribuição de água, com pressões mais adequadas, ao utilizar Válvulas Redutoras de Pressão (VRP) e reforços nas áreas com pressões baixas ou intermitência no abastecimento”, salienta o coordenador.

Subsistema Cascatinha-Catumbi – O projeto inicial previu a divisão da rede desse Subsistema em 23 Distritos de Medição e Controle (DMCs), a instalação de vinte Válvulas Redutoras de Pressão (VRPs) e 43 macromedidores, assim como o lançamento de 3,2 km de extensões de redes de água. No total, a empresa contratada Enops executou 100% das 336 intervenções previstas.

Benefícios ambientais e econômico-financeiros - A meta do Dmae é obter redução de 10% no índice de perdas físicas e comerciais da água distribuída na área de abrangência do Subsistema Cascatinha-Catumbi. De 47%, o equivalente a 616,6m³ de água/hora, a perda cairia para algo em torno de 37%, ou 427,7m³ de água/hora. No mês, a previsão é recuperar 136.080m³ de água, ou 189m³/hora. Se as projeções se confirmarem, o investimento de mais de R$ 7 milhões do Dmae poderia dar retorno em 28 meses. O contrato abrange um território de 11 km², somando 193,82 km de redes distribuidoras a serem setorizadas, com 18.039 ramais prediais de 32.344 economias. Os bairros atendidos - Campo Novo, Cavalhada, Cristal, Medianeira, Nonoai, Santa Tereza e Vila Nova -, concentram uma população aproximada de 91.140 habitantes.