Claudio Furtado / EPTC / PMPA

O Curso de Mecânica para Mulheres, realizado na manhã deste sábado, 25, pela Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC), registrou mais de 100 inscrições. A iniciativa contou até com lista de espera, com a promessa da Coordenação de Educação para a Mobilidade (CEM) e da Coordenação de Inspeção Veicular (CIV) de uma nova edição, com inscrições abertas a partir dos próximos dias. O curso tem o apoio do Grupo Autosul.

A jornalista Juliana Pereira foi uma das inscritas. Ela explicou as razões do seu interesse. “Com o curso, irei me sentir bem mais confiante e confortável nas relações com o carro. Acho importante receber informações básicas sobre o funcionamento de um veículo, até para encontrar solução diante de algum problema maior, ou mesmo quando for a uma oficina. Em muitos casos, as mulheres são ridicularizadas. Os mecânicos acham que a gente não conhece absolutamente nada. Com o curso, terei mais autonomia para me posicionar.”

Wanda Tavares, empresária no ramo de confecções de uniformes, estava bastante otimista com a qualificação. “Sempre tive vontade de aprender tudo, abrir meus horizontes. Eu sou uma pessoa curiosa. Quero ter mais conhecimento com tudo o que envolve um carro, como o motor, por exemplo. O meu marido não dirige. Então, foi muito boa esta iniciativa da EPTC”. Já Maria Rita da Silva Carvalho, autônoma, é condutora de moto. Ela fez a inscrição para o curso por necessidade, em situações de imprevisto. “Preciso receber conhecimentos básicos de mecânica, até para não ser enganada por alguém no caso de alguma pane. Agora ficarei bem mais confiante.”

A agente de Educação para o Trânsito da CEM, Luciana Pereira, lembrou que, de acordo com dados do Detran, 34% dos condutores são mulheres. Elas representam 27% no conjunto de infrações. “As mulheres são mais cuidadosas do que os homens no trânsito. Noções básicas sobre mecânica ajudam para uma maior segurança na circulação. É importante que elas sejam cada vez mais engajadas na missão pela redução da acidentalidade, um processo que tem acontecido gradativamente aqui em Porto Alegre. Há 20 anos, quando a EPTC assumiu a gerência do trânsito na Capital, registrava quase 200 vítimas fatais por ano, um absurdo. No ano passado, encerramos com 75 mortes, mesmo com o aumento da frota de veículos. O número de mortes ainda é muito elevado. O ideal seria morte zero, mas é bastante visível esta sinalização de mudança de comportamento, com mais respeito nas relações da circulação e menos acidentes.”

Também participaram do encontro o coordenador da CEM, Diego Marques, os agentes de educação para o trânsito, Marcelo Madruga e Luciano Ronei, além das representantes do Grupo Autosul, Bárbara Coimbra e Elaine Rutert. Mais informações sobre um novo curso de mecânica para mulheres a ser realizado pela EPTC pelo fone 32894484 / 4485.