EPTC reforça a importância da percepção do risco e do autocuidado para a preservação da vida no trânsito
A Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) divulgou, nesta quinta-feira, 14, o relatório da acidentalidade no trânsito de Porto Alegre. O mês de setembro, com oito mortes, 402 feridos e 1. 064 ocorrências, sinaliza com um alerta sobre os indicadores de vítimas e sinistros de trânsito. Mais da metade dos óbitos resultaram de pedestres atropelados, sendo três por automóvel, um por motocicleta e um por ônibus urbano.
No acumulado dos primeiros nove meses do ano, em relação ao mesmo período em 2020, houve um aumento de 29% no total de acidentes, passando de 6.538 para 8.431 sinistros, além de três óbitos a mais, com 53 casos no total. Novamente, chama a atenção a participação da motocicleta em 27 das vítimas fatais (51%) e que, em 12 destes casos, o condutor não possuía habilitação regular para a categoria A (para conduzir motos).
Em relação ao total de pessoas feridas no trânsito, a motocicleta teve envolvimento em 2.202 casos, representando 61% das vítimas, em um total de 3.605 registros. Como consequência, os motociclistas também se mantiveram como o grupo mais afetado, com 1.838 feridos, representando 51% das vítimas no ano, além de outros 174 caronas de moto com lesões. Outro índice que preocupa é o de atropelamentos, com 475 registros de feridos e 17 óbitos até setembro.
O diretor-presidente da EPTC, Paulo Ramires, alerta para o respeito à sinalização e às normas de circulação e conduta do Código de Trânsito Brasileiro (CTB). “Para conter o número de vítimas é preciso conscientizar todos os cidadãos sobre a importância do autocuidado e a percepção do risco ao dirigir. Os principais fatores que resultam em morte, analisados pelo Programa Vida no Trânsito, são o conduzir sem CNH regular, excesso de velocidade, e a ingestão de bebida alcoólica”, destaca.
Para conscientizar pedestres e motoristas, a EPTC realiza regularmente ações educativas e de fiscalização, como a Operação Duas Rodas, Campanha Pedestre Idoso, operações com radar e a Balada Segura, além de manter uma presença ostensiva nas ruas. “Para coibir excessos e garantir a segurança viária, em benefício da coletividade, é fundamental a colaboração de toda a população”, complementa Ramires.
Os dados são do Observatório de Mobilidade (ObservaMob) da EPTC e podem ser acessados no portal EPTC Transparente, em eptctransparentecombr.
Vida no Trânsito - Porto Alegre integra o Programa Vida no Trânsito (PVT), coordenado pelo Ministério da Saúde, e desde 2012 faz a análise de todos os acidentes fatais, com o objetivo de identificar os fatores e condutas de risco que resultaram em ocorrências com mortes. As causas de sinistros de trânsito decorrem, na sua maioria, de ações comportamentais dos usuários das vias. A partir da identificação desses fatores e condutas de risco, como subsídio para as áreas de educação, planejamento e fiscalização, as ações são direcionadas para a prevenção de novos acidentes.
Década de Ação ONU – Como resultado dessa metodologia, Porto Alegre, que tem uma das menores taxas de mortalidade no trânsito entre as capitais brasileiras, antecipou em dois anos a redução de 50% na projeção do número de mortes estabelecida pela Organização das Nações Unidas (ONU) para a Década de Ação no Trânsito (2011/2020), que era de, no máximo, 76 mortes para 2020 em Porto Alegre. Já neste mesmo ano, o índice foi ainda menor, com 64 mortes, enquanto em 1998, no ano de criação da EPTC, 199 pessoas perderam a vida no trânsito. Em agosto do ano passado, a Assembleia Geral da ONU definiu os anos de 2021 a 2030 como a Segunda Década de Ação pela Segurança no Trânsito, com o objetivo de reduzir as mortes e lesões no trânsito em pelo menos 50% no período e, a esse respeito, apela aos Estados Membros para que continuem as ações até 2030 em todas as metas relacionadas à segurança viária.
ObservaMob - O Observatório de Mobilidade da EPTC engloba um conjunto de soluções capazes de captar, processar, disseminar informações e conhecimentos como suporte às tomadas de decisões. Tem como objetivo organizar os dados de mobilidade e gerar indicadores para a realização de estudos e análises sobre a mobilidade urbana e informação qualificada para os cidadãos-usuários, fortalecendo o debate entre a população e os integrantes da empresa. Além do portal EPTC Transparente, as informações são atualizadas diariamente no painel Mobilidade e Distanciamento na página da Secretaria Extraordinária de Enfrentamento da Covid-19 (Secovid), com resumo de indicadores de mobilidade, acidentalidade e fiscalização do transporte público.
Operação Duas Rodas - Fiscalização da EPTC flagrou 652 motociclistas sem CNH e recolheu 1104 motos em 2021. Os registros de acidentalidade envolvendo motocicletas em Porto Alegre têm alertado para este grupo de risco e, em razão destes indicadores, as ações de fiscalização e educação da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) se intensificaram desde o início de 2021. De janeiro a setembro, foram abordados 15.473 motociclistas nas Operações Duas Rodas, 652 deles flagrados sem habilitação. Nas 201 operações, 5.276 motociclistas foram autuados por algum tipo de irregularidade, 1.104 motos foram retiradas das ruas e recolhidas 238 Carteiras Nacional de Habilitação (CNH) e 1.195 Certificados de Registro e Licenciamento de Veículos (CRLV).
Gilmar Martins