Maio Amarelo: Manequins alertam para empatia e responsabilidade no trânsito

03/05/2021 08:48
Gustavo Roth/EPTC/PMPA
EPTC
Ação utiliza manequins amarelos, que serão colocados em pontos estratégicos da cidade, representando as pessoas

A Prefeitura de Porto Alegre, por meio da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) inicia, nesta segunda-feira, 3, as atividades referentes ao Maio Amarelo. O objetivo é chamar atenção da sociedade sobre o alto índice de mortes e feridos no trânsito. A ação de impacto escolhida para marcar esse movimento neste ano utiliza manequins amarelos, que serão colocados em pontos estratégicos da cidade, representando as pessoas, a humanização dos dados e a importância da vida, empatia e do respeito no trânsito. A programação será divulgada semanalmente nos canais oficiais da EPTC. 

O conceito de duas propostas foi levado em consideração para as ações que, além dos manequins, contam com peças nas redes sociais e cursos on-line. A primeira proposta segue o tema sugerido pelo Conselho Nacional de Trânsito (Contran) e a outra remete ao Movimento do Maio Amarelo, promovido pelo Observatório Nacional de Segurança Viária. “Unimos os dois conceitos, as duas ideias que são semelhantes, para trabalhar o que todos buscamos: mais segurança no trânsito, menos acidentes e consequentemente feridos. Os números não tratam apenas de estatística. São famílias, pais, mães, filhos, amigos. Cada vida importa e a preocupação de cada um com o todo é o meio para reduzir os números. Precisamos do apoio da população além do nosso esforço diárioâ€, explica o diretor-presidente da EPTC, Paulo Ramires. 

Maio Amarelo é um movimento mundial cuja proposta é chamar atenção da sociedade para o alto índice de mortos e feridos no trânsito. O objetivo é estimular a participação da população, empresas, governos e entidades nessa conscientização. Foi escolhido o mês de maio porque, em 11 de maio de 2011, a Organização das Nações Unidas (ONU) decretou a Década de Ação para Segurança no Trânsito. A cor foi escolhida porque amarelo representa atenção e advertência na sinalização de trânsito.

Conceitos de 2021 - "No trânsito, sua responsabilidade salva vidas ". Essa é a mensagem sugerida nacionalmente pelo Contran, para ser divulgada este ano pelos órgãos e entidades do Sistema Nacional de Trânsito. O tema “Maio Amarelo: a responsabilidade e o papel de cada um no trânsito†será o enfoque para destacar as responsabilidades. As mensagens vão alertar para a importância do uso das passarelas, elevadas e faixas de pedestres para alertar os condutores do respeito às sinalizações e cuidados com os vulneráveis. A palavra responsabilidade é destaque para todos os atores envolvidos, assim como a empatia e humanização dos dados.      

Respeito e Responsabilidade. Pratique no Trânsito – O tema escolhido pelo Observatório Nacional de Segurança Viária também traz a empatia como enfoque e a responsabilidade como destaque. Segundo o movimento, pensar no outro e fazer por todos é o caminho para mais consciência e harmonia. Com respeito, responsabilidade e empatia.

Ações: 

Manequins amarelos – Instalados durante o dia, pelo menos três vezes por semana em pontos diferentes da cidade, o material representa as pessoas. Não se trata apenas da representação do pedestre, parte mais vulnerável, mas cada um dos atores. Os veículos não circulam sozinhos, pessoas conduzem. Esses motoristas, motociclistas, pedestres e ciclistas devem estar atentos e ser responsáveis pela segurança não só deles, mas também dos outros. Isso ocorre por meio da empatia e respeito.  

No Limite da Via - A gerência de Fiscalização de Trânsito, em conjunto com a coordenação de Educação para a Mobilidade, programou pelo menos três operações semanais chamadas No Limite da Via. Na atividade, os agentes abordam motoristas que circulam na velocidade permitida e parabenizam os condutores por suas atitudes que auxiliam na segurança do trânsito.

Pedestre Seguro - A operação objetiva garantir a correta utilização das travessias de pedestres para minimizar os riscos de acidentes. Nas ações, os agentes de fiscalização orientam  transeuntes e condutores sobre o respeito à sinalização e as normas de circulação e conduta em áreas de densa movimentação.

Dados Porto Alegre – O balanço de acidentalidade da Capital registrou uma redução de mais de 13,5% no número de mortes no trânsito ano passado. Foram 74 vidas perdidas em razão de acidentes em 2019 e 64 em 2020. A Comissão de Análise do Programa Vida no Trânsito (PVT) concluiu a análise de 80,6% dos 62 acidentes que resultaram em 64 mortes nas vias urbanas de Porto Alegre no ano de 2020, seguindo a metodologia proposta pelo programa. Os principais fatores e condutas de risco constatados, adotando-se a metodologia proposta pelo PVT, foram: condutor sem CNH regular, velocidade excessiva ou inadequada, toxicologia positiva (condutores e pedestres), comportamento imprudente (condutores e pedestres), transitar, permanecer ou converter em local proibido ou impróprio e avanço de sinal (condutores e pedestres). 

Década de Ação ONU – Porto Alegre manteve a meta de redução da Organização das Nações Unidas em relação à redução das mortes no trânsito. Segundo o objetivo da ONU, a previsão era a Capital registrar até 76 mortes em razão de acidentes em 2020, mas o número registra 12 a menos, 64. Em 2011, a Organização das Nações Unidas determinou que a redução da projeção do número de mortes fosse de 50%. Se a tendência continuasse, mesmo com uma sinalização de queda naquela época, seriam computadas 152 mortes em 2020. Em agosto do ano passado, a Assembleia Geral da ONU definiu os anos de 2021 a 2030 como a Segunda Década de Ação pela Segurança no Trânsito, com o objetivo de reduzir as mortes e lesões no trânsito em pelo menos 50% no período e, a este respeito, apela aos Estados Membros para que continuem as ações até 2030 em todas as metas relacionadas à segurança viária. 

Dados Brasil – O último relatório de mortes ocorridas no Brasil, disponibilizado pelo Ministério da Saúde e compilados pelo Observatório Nacional de Segurança Viária, registrou em 2019, em razão de acidentes,  31.945 vidas perdidas. Esse é o número mais baixo desde 2001.

 

Gabriela Duarte e Gustavo Roth

Andrea Brasil