Simulado mostra como é feita a escolta de órgãos pela EPTC
A Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) realizou nesta quinta-feira, 21, em conjunto com a Secretaria Estadual de Saúde e Santa Casa de Porto Alegre, uma simulação de como funciona a escolta de órgãos. Foram apresentadas as etapas desde a chegada do órgão no aeroporto Salgado Filho até o seu destino final, que neste caso foi a Santa Casa. O trajeto envolveu um grupo de aproximadamente oito batedores e levou em torno de dez minutos. Caso não houvesse a escolta, além dos riscos de sinistros, o tempo de chegada seria maior, até o dobro ou mais dependendo do trânsito. A ação, que faz parte da Semana Nacional do Trânsito, acontece em função de uma parceria da EPTC com a Central de Transplantes do RS.
“Uma das nossas principais missões é salvar vidas e esse serviço prestamos à sociedade. Nossas equipes realizam esse trabalho com muita agilidade garantindo a segurança no trânsito e para o órgão transportado”, destaca o diretor-presidente da EPTC, Pedro Bisch Neto.
Neste ano já foram realizadas 15 escoltas, duas a menos que todo o ano passado. James Cassiano da Silvia é um desses beneficiados pela parceria que existe desde 2017. Em janeiro de 2020, recebeu um coração que chegou com rapidez à Santa Casa devido a agilidade da ação da EPTC. "Acompanhar a chegada do órgão para transplante me trouxe à memória a data do meu transplante, quando eu estava há seis meses hospitalizado esperando um coração, e resgatou um pouco mais o amor e a emoção por esse momento. A doação de órgãos salva a família", disse James.
"Para viabilizar a doação, lideramos um processo que envolve muitas etapas, todas elas necessárias para a segurança dos envolvidos, mas que podem demandar bastante tempo para sua execução. Felizmente, o apoio de equipes externas à área da saúde na logística da doação, como ocorre com a equipe da EPTC facilitando o transporte dos órgãos, é fundamental para agilizar esse processo e permitir que o transplante seja realizado no menor tempo possível", destaca a médica Fernanda Paiva Bonow, coordenadora da Organização de Procura de Órgãos da Santa Casa de Porto Alegre.
Central de Transplantes - A escolta começa com uma ligação da Central de Transplantes do Estado para a Central de Monitoramento da EPTC, que direciona a missão para a Coordenação de Operações Especiais (COE) montar o itinerário de acordo com o destino. Além da Santa Casa, Hospital de Clínicas e Instituto de Cardiologia são os destinos mais comuns dos órgãos.
O médico regulador da Central de Transplantes da Secretaria Estadual da Saúde, Ricardo Klein Ruhling reforçou a importância dessa parceria. "Quando recebemos uma comunicação de potencial doador, já recebemos algumas informações clínicas e vamos planejando de antemão com a EPTC a escolta, é algo muito dinâmico", explica. Em algumas situações a escolta pode envolver também a Polícia Rodoviária Federal e o Comando Rodoviário da Brigada Militar.
Números - No Rio Grande do Sul, em 2023, a captação de órgãos aumentou 33%, em relação ao mesmo período do ano passado. Entre janeiro e agosto de 2023, foram registrados 474 transplantes de órgãos e, até julho deste ano, 884 transplantes de tecidos (córneas, ossos e pele). Os transplantes de rim (339) e de fígado (101) foram os dois tipos com maior número de procedimentos realizados.
De janeiro a agosto de 2023, a Central Estadual de Transplantes registrou 494 órgãos captados de 186 doadores efetivos (cada doador pode doar mais de um órgão) para transplantes. Esse número poderia ser maior se possíveis doações não fossem negadas pelas famílias de potenciais doadores que apresentam morte encefálica, condição essencial para doação.
Gilmar Martins