Casa de Passagem para população masculina atende 80 pessoas em quatro meses
Entregue em outubro do ano passado na Zona Sul de Porto Alegre, a Casa de Passagem para acolhimento de homens adultos em situação de rua já atendeu mais de 80 pessoas – atualmente, são 30 atendidos no local.
“Os cuidados fornecidos pela equipe da casa facilitam a reintegração na sociedade. A rua não é alternativa, a reinserção social sim”, pondera o presidente da Fundação de Assistência Social de Cidadania (Fasc), Cristiano Roratto, destacando que a modalidade de acolhimento dá novas perspectivas aos indivíduos e suas famílias.
Estrutura - A Casa de Passagem, no bairro Tristeza, opera 24 horas, com equipe de assistentes sociais e educadores oferecendo acesso inicial à rede socioassistencial de Porto Alegre e uma estadia de até seis meses. Enquanto estiver no local, o acolhido recebe cuidados e vislumbra uma nova perspectiva de vida. Oito internos conseguiram vagas no mercado de trabalho; cinco foram encaminhados para abrigos e dois para comunidades terapêuticas; dois retornaram para suas famílias e um dos atendidos alugou uma casa a partir da renda mensal com seu novo trabalho. Outros seis homens deixaram a situação de rua.
Mario Cesar Fonseca, 62 anos, esteve em situação de rua depois de perder a mãe. Passou por acolhimento no Abrigo Bom Jesus, local em que recebeu formação profissional, e depois seguiu para a Casa de Passagem. “Estou muito feliz por ter um emprego e poder auxiliar outras pessoas a deixarem as ruas. Com força de vontade, a superação não demora a chegar”, afirma, otimista.
A assistente social Sabrina Dutra, da entidade parceira Agência Adventista de Desenvolvimento e Recursos Assistenciais (ADRA), explica que a Casa de Passagem representa um diferencial para a superação da rua. “Aqui, essa população, em vulnerabilidade social, tem a possibilidade de retomar sua vida com auxílio de profissionais, podendo reatar os vínculos familiares e conseguir emprego”, diz.
Rede de atendimento - A Fasc compõe o Plano Municipal de Atendimento à População de Rua, projeto prioritário por meio de serviços especializados do Sistema Único de Assistência Social (SUAS).
São nove Centros de Referência Especializados de Assistência Social (Creas), 11 Equipes de Serviço Especializado de Abordagem Social, com uma média de 130 trabalhadores atuando na rua diariamente.
Estão em operação, ainda, três Centros POP, três Albergues Noturnos, uma Casa de Passagem 24h, seis serviços de acolhimento institucional para a população adulta, sete para a população idosa, 400 vagas em benefício eventual na modalidade de hospedagem em pousada. A Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social (SMDS) gerencia ainda seis restaurantes populares em Porto Alegre para atender a pessoas em situação de vulnerabilidade.
Cristiano Vieira