Talles Kunzler/FASC/PMPA

No mês de conscientização sobre as hepatites virais, a prefeitura promove ações de testagem para públicos prioritários, mais vulneráveis à infecção. Mais de 20 pessoas em situação de rua participaram do Papo Reto sobre Hepatite C, encontro articulado entre a Fundação de Assistência Social e Cidadania (Fasc) e a Secretaria Municipal de Saúde.

A iniciativa é motivada pelo Dia Mundial de Luta contra as Hepatites Virais, lembrado em 28 de julho. O evento aconteceu nesta quarta-feira, 26, no Centro Pop III, bairro Navegantes, que atende em média 80 pessoas diariamente, e busca ampliar a testagem e o tratamento da hepatite C.

A enfermeira sanitarista Aline Leite Silveira, da Unidade de Saúde Santa Marta, destacou a importância do Teste e Trate, programa itinerante que promove testagem gratuita para os públicos prioritários. Já foram beneficiadas mais de 900 pessoas por meio da iniciativa. “Quando o resultado é reagente, já pedimos exames para verificar a carga viral e também de laboratório, buscando iniciar o tratamento. Ele deve ser feito sem interrupções, por 84 dias. A chance de cura, nesse caso, chega a 100%”, explica Aline.

Uma parceria entre a SMS e Fasc busca ampliar a permanência dos usuários na rede de acolhimento para que completem o tratamento. Uma das participantes do papo reto, Zuleica Lopes Brasil de 56 anos, acompanhada no Centro Pop III, elogiou a ação e aproveitou para realizar a testagem contra hepatite C.

Porto Alegre é a capital brasileira com maior taxa de detecção de hepatite C: 47,2 casos por 100 mil habitantes em 2022, segundo dados do Ministério da Saúde. No ano anterior, o município apresentava 51,1 casos por 100 mil habitantes. A meta da SMS é eliminar as hepatites virais até 2030.

Um dos principais objetivos da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) é ampliar a testagem e o tratamento da hepatite C com o programa Teste e Trate. Também foram promovidas outras atividades, como uma dinâmica com figuras, em que cada pessoa tirava uma imagem para falar a respeito, além de uma conversa sobre a doença e depoimentos.

Segundo o médico hepatologista e coordenador do programa de hepatites virais da SMS, Eduardo Emerim, a ação teve uma ótima participação por parte da população em situação de rua. "Saímos de lá felizes, pois eles demonstraram um grande interesse em saber mais sobre a hepatite C", comenta Emerim.