Prefeitura seleciona famílias para acolher crianças e adolescentes em lar temporário

09/07/2021 08:47
Joel Vargas / ARQUIVO PMPA
Desenvolvimento Social e Esporte
Objetivo é abrigar, em ambiente familiar, meninas e meninos afastados de seus pais

A prefeitura seleciona famílias para abrigar crianças e adolescentes afastados temporariamente de seus pais. Atualmente, Porto Alegre possui quase 600 crianças em situação de acolhimento institucional. Dessas, quase 300 poderiam estar em lares temporários, mas somente cinco vivem com famílias acolhedoras. 

Diferente da adoção, o programa Família Acolhedora tem o objetivo de resgatar o vínculo com a família de origem. O objetivo é acolher, em ambiente familiar, crianças e adolescentes afastados do convívio de suas famílias por determinação do Juizado da Infância e Juventude, que estejam em situação de negligência, abandono e/ou violência. A pessoa, ou família, pode participar mais de uma vez do programa, podendo acolher apenas uma criança ou grupo de irmãos por vez. O acolhimento familiar é medida protetiva e guarda temporária.

As famílias acolhedoras não se comprometem a assumir como filho. A presidente da Fundação de Assistência Social e Cidadania (Fasc), Cátia Lara Martins, reforça o foco nos cuidados para que o acolhido retorne à família de origem, que também é assistida, possibilitando a reinserção familiar.

As equipes técnicas do Núcleo de Acolhimento da Proteção Social Especial (PSE) da Fasc mantêm esforços para assegurar a modalidade de Acolhimento Institucional, que garanta os cuidados necessários para as crianças e adolescentes afastados temporariamente de seus pais através de determinação judicial, priorizando sempre o trabalho técnico para o retorno familiar. “Somente serão admitidas como famílias candidatas aquelas que não estão habilitadas à adoção”, sinaliza a coordenadora da Alta Complexidade da Proteção Social Especial, Paloma Coronel.

Requisitos - Para se tornar uma família acolhedora, é necessário atender a uma série de requisitos: disponibilidade afetiva para cuidar de uma criança, ou grupo de irmãos, ser residente em Porto Alegre, ser maior de 18 anos e não estar no Cadastro Nacional de Adoção.

Seleção - A família inscrita passa por um processo de seleção e capacitação para então estar habilitada a receber uma criança em sua casa. O Abrigo João Paulo II, que integra a Rede Parceira da Fasc, faz a captação, preparação e acompanhamento das famílias. Após a avaliação do abrigo, equipe técnica do Judiciário analisa a família que irá receber habilitação e cadastro como acolhedora. “Queremos muito contar com mais famílias acolhedoras”, ressalta a coordenadora da abrigo, Suzana Pellegrini. Também são parceiros do programa o Ministério Público, a Ordem dos Advogados do Brasil e a Rede Marista.

A psicóloga do abrigo, Solange Paim, destaca o diferencial do projeto, que é o cuidado individualizado de crianças e adolescentes. “Percebe-se a mudança na vida das crianças. É perceptível desde o momento da sua chegada à casa dos acolhedores. Propicia um crescimento mais saudável, tanto nos aspectos cognitivos, quanto emocionais”, comemora.

A aposentada Marli Hofstatter descreve a experiência como gratificante. Ela acolheu uma menina em março com a intenção de ajudar de alguma forma as crianças e as suas famílias. “Graças a Deus está sendo uma experiência muito boa. Mais pessoas podem ser famílias acolhedoras, porque todos têm algo para dar e podem fazer a diferença na vida de uma criança”, salienta.

Agendamento - As famílias interessadas devem entrar em contato com o Abrigo João Paulo II para agendamento de entrevista por meio do telefone (51) 997252653 ou o email 4033@pobresservos.org.br.

Outras modalidades de acolhimento - Porto Alegre tem mais duas modalidades de acolhimento: Abrigo Residencial (acolhidas 351 crianças e adolescentes) e Casa Lar (casal/mãe social abriga até dez crianças e adolescentes. São 238 acolhidos na Capital).

 

Evelize Fabricio

Andrea Brasil

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