República para jovens auxilia na transição para jornada adulta
Um ano após entrar em funcionamento, a república para jovens adultos da rede socioassistencial da Fundação de Assistência Social e Cidadania (Fasc), apresenta resultados positivos.
Dos 15 jovens egressos de abrigos e casas lares da Capital, oito se emanciparam, seja por restabelecerem o convívio familiar ou superarem situações de vulnerabilidade por meio do trabalho. Sete continuam na república.
A modalidade república para o público jovem é destinada a pessoas entre 18 e 24 anos, e disponibiliza equipe composta por psicóloga e assistente social, cuidadores e cozinheira. Com planejamento de atividades diárias, os profissionais trabalham a superação e o enfrentamento da situação de vulnerabilidade. É utilizada uma abordagem inclusiva, com planejamento técnico de curto, médio e longo prazo, conforme as particularidades de cada jovem por meio de um plano individual de atendimento.
“A república surge como um apoio para aqueles jovens que se preparam para a vida adulta e aos desafios impostos na vida cotidiana. Celebramos os resultados deste primeiro ano da modalidade, que confirma o trabalho especializado das equipes da Fasc em abrigos e casas lares”, avalia o Cristiano Roratto, presidente da Fasc.
Conforme o coordenador da república, Elias Nachtigall, a rotina do local e a sensação de pertencimento ajudam a vincular os jovens ao modelo. “Eles se organizam quanto à limpeza e à alimentação, mas sempre auxiliados. Realizamos oficinas e demais atividades para que seja um espaço colaborativo. Atualmente, todos moradores da república estão estudando, trabalhando ou atuando como jovem aprendiz”, conta.
O tempo de acolhimento pode ser até 18 meses - a média, atualmente, está em 92 dias na modalidade, que tem 12 vagas. Para a coordenadora da Proteção Social Especial Alta Complexidade, Mirela de Cintra, o importante não é a quantidade de vagas, mas a qualidade do serviço. “O resultado tem sido positivo conforme as complexidades de cada um”, diz.
A jovem Emily D.B, de 19 anos, conta que superou o medo da vida adulta, e agora trabalha, estuda e sonha em concluir o Ensino Médio, iniciar um curso de fotografia e se preparar para a formação em Direito. “Tenho depressão e ansiedade, tomo medicamentos, não conseguia andar de ônibus sozinha. Agora, me sinto acolhida e com novas perspectivas”, afirma.
Acolhimento institucional para crianças e adolescentes
A Prefeitura de Porto Alegre mantém 50 unidades de acolhimento para crianças e adolescentes entre 0 e 17 anos (18 abrigos residenciais e 32 casas lares). Há, ainda:
Abrigo PCDs Grau 3 – Para crianças e adolescentes sem autonomia, neurolesionados e paralisia cerebral.
Família Acolhedora - Tem a função de acolher em seu espaço uma criança e/ou adolescente em situação de risco social ou pessoal, que foi afastada por decisão judicial do meio familiar e comunitário. As famílias que assumem esse compromisso são parceiras do sistema de atendimento.
Acesso – Para crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade e risco social, ou com vínculos familiares ameaçados e/ou rompidos, encaminhados pelo Judiciário, via Ministério Público.
Cristiano Vieira