Aprovado projeto que cria auxÃlios emergenciais para atingidos pela cheia
O projeto do Executivo que cria o Programa Municipal de Recuperação Emergencial e AuxÃlio Humanitário foi aprovado por unanimidade na Câmara Municipal na noite desta quinta-feira, 28. A proposta havia sido entregue, ainda pela manhã, pelo prefeito Sebastião Melo ao presidente do Legislativo, Hamilton Sossmeier.
A estimativa da prefeitura é investir inicialmente cerca de R$ 20 milhões para amenizar os danos à população atingida por situações de emergência ou calamidade pública em razão das cheias.
"Saúdo os vereadores, com o protagonismo da base do governo, pela aprovação do projeto de lei do Programa Municipal de Recuperação Emergencial e AuxÃlio Humanitário. Agradeço pela agilidade e atenção ao tema, de absoluta importância pra nossa cidade. O momento é de darmos as mãos" - Prefeito Sebastião Melo.Â
O texto propõe a criação de três benefÃcios para reparar perdas e prejuÃzos decorrentes dos recentes eventos climáticos. O primeiro é um auxÃlio único de até R$ 3 mil para aquisição de utensÃlios domésticos e itens da linha branca. O segundo, uma ajuda de estadia solidária para quem teve a moradia prejudicada, com até três pagamentos mensais de cerca de R$ 700 cada, que pode ser prorrogada por igual perÃodo. O terceiro, um auxÃlio único de até R$ 3 mil para a aquisição, por parte de comerciantes, de bens relacionados à atividade econômica de estabelecimentos atingidos pelas inundações.
Os dois primeiros benefÃcios citados acima serão concedidos por núcleo familiar. Entre os critérios para os pagamentos está a localização da moradia da famÃlia atingida ou da atividade econômica prejudicada, reconhecida pela Defesa Civil e por laudo social. Regras adicionais poderão ser acrescentadas por meio de futuros decretos.
O projeto também prevê que os créditos “não poderão ser utilizados na compra de bens de consumo diferentes daqueles essenciais ao restabelecimento das condições domésticas e econômicas básicasâ€. Inclusive, “estabelecimentos comerciais que descumprirem a medida, vendendo itens diversos dos autorizados, por meio do cartão do programa, estarão sujeitos a multa de R$ 2 milâ€. Caso o descumprimento seja recorrente, a multa poderá chegar a R$ 10 mil.
Moradia - Além dos auxÃlios, a prefeitura prevê, dentro do programa, a possibilidade de restabelecer a moradia para desabrigados mediante a aquisição de casas modulares ou desenvolvidas com tecnologia de rápida execução em terreno do municÃpio ou do beneficiário, sendo vedada a construção em área de risco. Poderão receber este benefÃcio apenas os desabrigados atendidos pelo municÃpio a partir de 12 de setembro.
O texto ainda autoriza o Executivo Municipal a conceder incentivo financeiro para a reestruturação de unidades de triagem de resÃduos sólidos urbanos do sistema de limpeza do municÃpio de Porto Alegre, cujas instalações foram afetadas pelas chuvas, também a partir de 12 de setembro. Neste caso, o valor só será pago mediante diagnóstico da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social (SMDS) e do Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU), cujos requisitos serão regulamentados por decreto. Este benefÃcio ficará limitado ao valor de cerca de R$ 60 mil.
Para viabilizar os pagamentos, segundo o texto, o Executivo ficará autorizado a abrir crédito especial e extraordinário na Lei Orçamentária Anual.
Chuvas - Desde o inÃcio de setembro deste ano, chuvas intensas atingem a Capital e boa parte do Estado. Porto Alegre teve, em setembro de 2023, o mês mais chuvoso desde 1916, quando se iniciaram as medições oficiais do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). A medição aponta que choveu 413,8 milÃmetros até o dia 26, o maior volume para um único mês desde o inÃcio da série histórica, em 1916. Ao mesmo tempo, a régua do GuaÃba no Cais Mauá registrou, no pico deste mês de setembro, 3,17 metros, no dia 27, o maior nÃvel desde 1941.
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Lissandra Mendonça