É inegável que a história recente do nosso país criou um ambiente de descrédito envolvendo tudo ligado a política. Os valores de transparência e representatividade conflitam com favorecimentos ou grenalismos partidários que nada têm a ver com interesse público. Pois eu sigo acreditando que política é a forma mais elevada de fazer o bem comum.

E é na política do diálogo, da construção e da parceria que temos trabalhado para colocar em prática as transformações que Porto Alegre precisa. Somos um governo de convicção e atitude, o que não quer dizer que não estamos abertos a ouvir, mudar, adaptar, melhorar. Quando uma gestão constrói um bom relacionamento com o Legislativo não é o prefeito o beneficiado. Quem ganha é a cidade. Sabem por quê?

Porque os cinco próximos aumentos do IPTU não poderiam ter sido suspensos por um despacho. Porque criar um microcrédito com juro zero para estimular o microempreendedor precisa ser feito através de lei. Porque promover a histórica reforma da previdência, que garantirá a sustentabilidade para os próprios servidores daqui a 20 anos, precisa da aprovação de 24 dos 36 vereadores. E, ainda, porque colocar em prática os programas de refinanciamento de dívidas dos impostos, de água e habitacionais (RecuperaPOA e Refis do Demhab e Dmae), para estimular a regularização dos cidadãos e empresas no momento de crise, precisa do aval do Legislativo.

Foram 64 os projetos de lei propostos pelo Executivo aprovados neste ano na Câmara Municipal. Um número que só tem significado porque traz com ele mudanças rumo a uma Porto Alegre mais desenvolvida, que quer atrair investimentos, executar melhores serviços e gerar oportunidades para os cidadãos.

O Paço Municipal e os gabinetes do vice-prefeito Ricardo Gomes e o meu estiveram e seguirão abertos para todos os parlamentares, da base do governo, da oposição ou independentes. Ouvir e colocar o interesse público acima de convicções pessoais é honrar o contrato que veio das urnas e a materialização da nossa lealdade com a população.

Sebastião Melo
Prefeito de Porto Alegre

* Artigo originalmente publicado no jornal Correio do Povo de 30 de dezembro de 2021.