É preciso combater pobreza antes de justiça climática, defende Melo
O prefeito Sebastião Melo disse nesta segunda-feira, 17, que é preciso combater a pobreza antes de se defender justiça climática. Convidado para apresentar exemplos positivos de Porto Alegre no 8º Fórum Global do Pacto de Milão, no Rio de Janeiro, Melo afirmou que é preciso implementar medidas concretas de combate à fome.
“Como você vai falar em questão climática com um cidadão que vive junto do esgoto a céu aberto, com luz e água irregulares e quando o acesso asfáltico nunca chegou na frente da sua casa” – Prefeito Sebastião Melo.
Para enfrentar o problema, a prefeitura atua em rede e de forma integrada para implementar políticas com foco em educação, cidadania, alimentação e saúde. “O maior desafio posto aos gestores públicos é como desenvolver projetos efetivos que acabem com a fome e deem oportunidade de futuro às nossas crianças”, acrescenta.
Os projetos compartilhados pelo prefeito foram os restaurantes populares, os biodigestores, as hortas escolares e a zona rural municipal. No total, são cinco restaurantes populares servindo diariamente 4,4 mil refeições por semana gratuitamente e com apoio da sociedade.
Duas escolas foram beneficiadas com biodigestores e o projeto deverá ser ampliado. O sistema autônomo decompõe lixo orgânico, como restos de alimentos e fezes de animais, criando gás metano para abastecer o fogão da cozinha. A decomposição também dá origem a um fertilizante líquido usado em hortas.
As hortas escolares, que ensinam sobre saúde e sustentabilidade para crianças, já estão presentes em 56 escolas próprias da rede pública municipal e em 63 escolas comunitárias. Porto Alegre também é a segunda capital com maior zona rural do Brasil (área de quatro mil hectares). Da produção de hortifruti em crescimento sustentável, 12% já são de alimentos orgânicos.
Realizado pela primeira vez na América do Sul, o fórum é uma iniciativa da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO). O Pacto de Milão, validado pela Organização das Nações Unidas (ONU) e alianças internacionais de cooperação, contempla 240 cidades signatárias que atuam para solucionar a falta de comida em larga escala mundial.
Cristiano Vieira