Especialistas elogiam proposta de criação do Escritório de Prevenção à Violência

05/08/2022 18:31
Vinny Vanoni / PMPA
SAÚDE
Encerramento do seminário internacional ocorreu nesta sexta-feira

Integração entre áreas, institucionalização e políticas públicas pautadas em evidencia e com foco no atendimento ao cidadão. Estes foram alguns dos temas do segundo dia do 1º Seminário Municipal de Prevenção às Violências, realizado nesta sexta-feira, 5. O evento é uma iniciativa da Prefeitura de Porto Alegre, por meio da articulação de várias secretárias, com apoio do Ministério Público e do Consulado Americano. Durante o encontro, especialistas nacionais e internacionais parabenizaram a cidade pela proposta do Escritório de Prevenção à Violência, que prevê uma abordagem integrada e cientifica sobre o tema. 

A professora Cecilia Minayo, socióloga e referência mundial no tema, elogiou a iniciativa da prefeitura. Minayo reforçou a importância de que o vinculo institucional seja junto ao Gabinete do Prefeito, para garantir a continuidade, independente de alternância política ou de diretrizes específicas de alguma secretaria. Minayo  ressaltou como pontos-chave para esta abordagem: a escuta qualificada da população, por meio da participação da sociedade civil organizada, a definição de prioridades e o controle e monitoramento das ações e resultados.

Durante a manhã, Andreia Beatriz Silva dos Santos e Rodrigo Sabiá abordaram os aspectos da violência estrutural e racismo. Para Andreia, médica e pesquisadoras de desigualdades na saúde, o sistema prisional brasileiro não tem as condições necessárias para a reinserção social. Especialista no tema, Rodrigo Sabiá reforçou que a falta de oportunidades em ambientes de vulnerabilidade social alimenta o círculo vicioso da criminalidade, acarretando o ingresso no sistema prisional. 

As experiências dos Estados Unidos de prevenção à violência foram apresentadas por Ken Shetter e Susan Williams, representantes da Alliance for Hope, organização sem fins lucrativos, apoiada pelo governo e cujo modelo de trabalho  tem sido replicado no México e em Porto Rico. Para Joe Bianco, coordenador da entidade, informação de qualidade e suporte psicológico são basilares na prevenção à violência. 

Os representantes do Ministério Público do Rio Grande do Sul, Gisele Monteiro e Rodrigo Brandalise, fecharam os dois dias de debates e reforçaram a importância do Escritório de Prevenção à Violência tanto para o apoio operacional aos Direitos Humanos quanto na área da segurança pública. 

O encerramento se deu com a leitura de uma carta que elencou os dados de violência de Porto Alegre, as proposições do seminário e do Escritório de Prevenção à Violência. O evento foi coordenado pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS), com a participação das secretarias de Educação, Segurança, Desenvolvimento Social, Planejamento e Assuntos Estratégicos, Esporte, Lazer e Juventude e Governança Loca e com apoio da Diretoria de Relações Internacionais.

 

Olivia Monteiro

Gilmar Martins