Marchezan conversa com especialistas para analisar cenário da pandemia
O prefeito Nelson Marchezan Júnior participou, na tarde desta quarta-feira, 17, de uma videoconferência com especialistas e pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), do Hospital de Clínicas e equipe da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) para avaliar o atual cenário, projeções e estratégias para conter a disseminação do novo coronavírus. Segundo os profissionais, o risco de colapso da rede de saúde da cidade é real e o momento é de avançar nas restrições para evitar que falte atendimento adequado à população. “Não vamos aceitar que pessoas venham a falecer por falta de leitos de UTI”, enfatiza o prefeito.
Marchezan apresentou a situação epidemiológica da Capital e reforçou que, desde o início da pandemia, a prefeitura optou por tomar decisões baseadas na velocidade de ocupação de leitos de unidades de terapia intensiva. No início da noite desta quarta, dos 612 leitos de UTI de Porto Alegre, 506 (82,5%) estavam ocupados e 81 deles (13%) eram por pacientes em tratamento de Covid-19.
“Não desejamos chegar ao lockdown e, por isso, estamos tomando medidas para diminuir a circulação de pessoas. São medidas tristes, mas necessárias” - Prefeito Nelson Marchezan Júnior.
A diretora-presidente do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), Nadine Clausell, ressalta a necessidade de que a população entenda o seu papel e faça o distanciamento social. “O vírus é agressivo e o impacto, muito grande. Os pacientes contaminados com o novo coronavírus ficam muito tempo na UTI e exigem muito da estrutura hospitalar”, explica a médica. Ela destaca que atualmente cerca de 50 profissionais do hospital estão afastados devido à doença e que alguns foram contaminados comunitariamente. “Não temos equipe, é muito difícil conseguir profissionais. O hospital está abrindo chamamento para voluntários”, diz Nadine.
“As medidas individuais funcionam, mas precisamos mais do que isso. Precisamos de medidas populacionais. Temos inúmeros estudos que demonstram o poder de intervenções populacionais. Os países que realmente controlaram o coronavírus, como a Nova Zelândia, também tiveram fortes medidas nesse sentido”, afirma Bruce Duncan, epidemiologista e professor de Medicina da Ufrgs.
Crescimento - Segundo o médico Eduardo Neubarth Trindade, as medidas de isolamento social são severas e duras, mas necessárias. “A curva e as projeções mostram um crescimento do número de casos e de ocupação de leitos de UTIs”, diz. O também professor da universidade Álvaro Krüger Ramos defende que as ações adotadas pela Capital são eficientes do ponto de vista de controle da situação. Afirma que, devido a elas, hoje Porto Alegre é a quarta capital com o menor número de óbitos do Brasil.
De acordo com Ramos, a colaboração da sociedade, evitando aglomerações e adotando medidas de higiene, é fundamental para frear a proliferação do vírus. “A comunidade tem que entender a sua participação, pois sem isso não vamos conseguir barrar a doença”, completa.
Também participaram da reunião o secretário municipal de Saúde, Pablo Stürmer; adjunto, Natan Katz; e o secretário municipal extraordinário de Enfrentamento ao Coronavírus, Bruno Miragem.
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Rui Felten