Artigo: Poa, pioneira nos espaços de consenso
No inÃcio de novembro, foi publicada a Recomendação 120 do Conselho Nacional de Justiça, que recomenda o tratamento adequado de conflitos de natureza tributária, quando possÃvel pela via da autocomposição. Muito feliz foi o CNJ na proposição, tendo em vista o alto congestionamento do Judiciário no que se refere a processos judiciais relativos a execuções fiscais em tramitação, sem uma resolutividade ágil, o que provoca passivos tributários estagnados nos entes federados.
Nos dias atuais, em que há necessidade de recursos para aplicação em polÃticas públicas essenciais, é preciso que efetivamente sejam trabalhadas alternativas que tragam eficiência à gestão dos recursos públicos, e uma delas é a mediação tributária, espaço de consenso, já desenvolvido pelo municÃpio de Porto Alegre e que aguarda a aprovação do parlamento municipal.
Mais uma vez, Porto Alegre sai à frente na mudança cultural, apostando na abertura de espaços e na aproximação com o contribuinte aliada à segurança jurÃdica, exatamente na linha objeto da salutar recomendação do CNJ. O tratamento dos conflitos tributários na via da autocomposição, conferindo resolução adequada sem necessidade de submissão judicial das demandas, vem ao encontro da prevenção de litÃgios, da menor onerosidade à s partes e à solução eficaz para o conflito posto, na linha de que o acordo sempre se mostrará melhor que uma decisão unilateral.
Em última análise, a sociedade é a diretamente beneficiada, sendo responsabilidade do operador do direito pensar justamente nessas soluções alternativas que o Direito coloca à disposição, estabelecendo uma verdadeira quebra de paradigmas que também deve ser voltada para a formação jurÃdica que priorize a visão ampla das possibilidades de resolução de litÃgios. Aprovado o PL 033/21, certamente Porto Alegre será parâmetro para que a experiência possa ser replicada paÃs afora.
Cristiane da Costa Nery, procuradora-geral adjunta de Assuntos Fiscais do MunicÃpio de Porto AlegreÂ
*Artigo publicado originalmente no jornal Zero Hora em 18 de novembro.
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Lissandra Mendonça