Artigo: Carnaval para todos
Todos sabem das dificuldades financeiras que a Prefeitura de Porto Alegre enfrenta, o que a impede de repassar recursos para o Carnaval. Mas, mesmo diante do grave cenário econômico, o municÃpio conseguiu elaborar um formato inédito para garantir a realização da festa nas ruas da cidade. Foram meses de trabalho e união de esforços para se chegar a um formato que atendesse à expectativa dos foliões, mas também respeitasse as exigências judiciais e a segurança dos moradores.Â
O calendário na Cidade Baixa foi decidido a partir de um acordo firmado entre a prefeitura e o Ministério Público, com a participação de associações de moradores, comerciantes e a Liga das Entidades Burlescas da Cidade Baixa. Nos dois dias, sábado e terça-feira, em que a folia ocorreu de forma organizada pelo poder público, não foram registradas badernas ou confusões generalizadas.Â
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Os lamentáveis casos de depredação das madrugadas de domingo e segunda-feira não podem manchar uma festa tão bonita e popular. Esses atos, inclusive, têm se repetido ao longo do ano. As pessoas que ocuparam o espaço público de forma irresponsável, para praticar atos de vandalismo, não representam o povo do Carnaval. O fato de não ter atividades nestes dias não serve de justificativa para o que se viu nas ruas do bairro.
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Essa foi a pela primeira vez que o MunicÃpio lançou um edital com regras, caderno de encargos e realizou um Pregão Eletrônico para a promoção do Carnaval. Para 2020, vamos aperfeiçoar e incluir a obrigatoriedade de que a empresa vencedora garanta atividades nos quatro dias de festa. Também vamos seguir valorizando as comunidades que vivem mais afastadas da área central. Este ano ocorreu a retomada do Carnaval Comunitário, com festas descentralizadas em oito diferentes regiões da cidade.Â
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Para o futuro, a sugestão é de que o Carnaval de Rua ocorra na sua maioria na Orla do GuaÃba. Vamos dar opções aos blocos para que percebam a superioridade do espaço em relação à Cidade Baixa. O Carnaval é do povo e é para ele que a administração pública municipal deve trabalhar.
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Leonardo Maricato
Secretário-Adjunto da Cultura de Porto Alegre
 *Artigo originalmente publicado no jornal Zero Hora em 6 de março
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Gilmar Martins