Obra xilográfica de Zoravia Bettiol ganha exposição itinerante

27/05/2019 08:55
Gilberto Perin/Divulgação SMC/PMPA
CULTURA
O Médico Rural, da Serie Kafka (197) é uma das obras da exposição

Será aberta nesta segunda-feira, 27, às 19h, na Pinacoteca Aldo Locatelli (Paço Municipal - praça Montevideo, 10), a exposição A Xilogravura de Zoravia Bettiol: Restauração, Impressão e Visibilidade, que traz 40 obras em complementação de tiragem e reimpressões As gravuras, inspiradas na literatura, na mitologia e na história,  compõem um amplo painel do universo cultural, social, político, afetivo e intelectual vivenciado pela artista visual, que completa 84 anos em 2019. A mostra, que fica em cartaz no Paço Municipal até o dia 21 de junho, seguirá para a cidade de Bagé, onde será exibida no Espaço Cultural do Museu Dom Diogo de Souza, com abertura no dia 3 de julho.

As obras em exposição fazem parte de nove das treze séries temáticas criadas por Zoravia ao longo de sua carreira: Primavera (1964), Namorados (1965), Gênesis (1966), Circo (1967), Romeu e Julieta (1970), Iemanjá (1973), Deuses Olímpicos (1976), Kafka (1977) e Os Sete Pecados Capitais (1987). A exposição é a etapa final de um projeto financiado pelo Governo do Estado do Rio Grande do Sul, por meio do Pró-cultura RS/FAC - Fundo de Apoio à Cultura. 

Com duração de nove meses, o projeto traz uma iniciativa inédita de recuperação do patrimônio xilográfico de Zoravia Bettiol, com a restauração de uma parte considerável das suas matrizes gráficas. São 160 peças restauradas, que possibilitaram a impressão e a exposição das gravuras. A equipe de restauração, sob a coordenação da artista, dedicou-se a limpar as placas, vedar falhas na madeira, unir pedaços e colar novas lâminas de madeira em trechos perdidos pela exposição à umidade, ao calor e às pragas. Esses trechos desaparecidos foram novamente gravados pela artista, num minucioso resgate do desenho original. Também os trabalhos de impressão exigiram rigorosa recuperação da memória das cores utilizadas nas primeiras tiragens e foram produzidas pela artista visando a máxima fidelidade à paleta original. A critério da artista, na reimpressão de uma pequena parcela das gravuras, foram feitas algumas modificações cromáticas. Para mostrar ao público todo esse trabalho, a exposição apresenta também algumas dessas matrizes restauradas e painéis contendo imagens e textos que registram o processo de restauro e impressão.

O projeto também prevê a doação de 48 gravuras para treze instituições de arte brasileiras, como o Museu de Arte do Rio Grande do Sul – MARGS, o Museu da Gravura Brasileira (Bagé/RS), o Museu de Arte Moderna de São Paulo – MAM, o Museu de Arte Contemporânea José Pancetti - MACC (Campinas/SP), o Museu de Arte Brasileira da Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP/SP) e o Museu Casa da Xilogravura (Campos do Jordão/SP), entre outros, em cidades de diversos estados do país.

Sobre a artista - Zoravia Augusta Bettiol nasceu em Porto Alegre. Estudou no antigo Instituto de Belas Artes, formando-se em pintura em 1955. As primeiras xilogravuras da artista são de 1956, quando ela começou a frequentar o ateliê de Vasco Prado. Zoravia começou a produzir em um momento da história da xilogravura brasileira em que surgiram  grandes mestres gravadores e quando foram criados o Clube de Gravura de Porto Alegre e o Grupo de Bagé, nos anos 1950. A xilogravura mantém-se como uma das referências maiores de seu percurso inventivo: momento de experimentação e excelência em criação visual.

Exposição A Xilogravura de Zoravia Bettiol: Restauração, Impressão e Visibilidade
Curadoria: Zoravia Bettiol
Pinacoteca Aldo Locatelli
Paço Municipal (Praça Montevideo, 10, Centro Histórico) 
Abertura: 27 de maio de 2019, às 19h
Visitação: 28 de maio a 21 de junho de 2019
Horário: de segunda a sexta-feira, das 9h às 12h e das 13h30 às 17h30
Entrada Franca

 

Cleber Saydelles

Taís Dimer Dihl

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