Serviços e atrações culturais marcam o Dia da Visibilidade Trans

29/01/2020 18:12
Eduarda Ferreira/SMDSE PMPA
DESENVOLVIMENTO SOCIAL E ESPORTE
Empresas disponibilizaram cerca de 60 vagas de emprego à comunidade LGBT

O evento da prefeitura em comemoração ao Dia da Visibilidade Trans ocorreu nesta quarta-feira, 29, em frente ao Sine Municipal. Pela manhã, uma parceria com empresas da iniciativa privada disponibilizou em torno de 60 vagas destinadas à comunidade LGBT, com ênfase na população trans. Cargos nas áreas de vendas e almoxarifado estavam entre as vagas oferecidas.

Segundo Dani Boeira, coordenador da Unidade de Direitos de Diversidade Sexual e de Gênero da Secretaria de Desenvolvimento Social e Esportes, o objetivo do evento foi o de melhorar as condições de vida de pessoas trans: “O foco da ação foi na população T por ser o dia de visibilidade para essas pessoas, essas que são as pessoas mais atingidas pela violência contra LGBTs no Brasil, que é o país onde mais se mata pessoas trans no mundo. Felizmente, há três anos Porto Alegre vêm tendo redução nos índices de homicídios transfóbicos, graças a um trabalho de toda uma rede de ação.” Em 2019, o foco foi só na empregabilidade. Em 2020, a coordenadoria ampliou a ação. “Somamos ao emprego a área da segurança e o resultado é vitorioso, significa mais pessoas LGBTs inseridas no mercado de trabalho e menos homicídios na rua“, acrescenta Boeira. 

O grande destaque do evento foi o lançamento do aplicativo de prevenção de violência da população LGBTQI+, denominado Tialu, que, por meio da parceria da prefeitura com a Rede Gay Brasil, agora está disponível em Porto Alegre e no restante do Rio Grande do Sul. O idealizador e fundador do aplicativo, Dhell Félix, foi um dos palestrantes convidados do evento. O aplicativo esta disponível para sistema Android e seu download pode ser feito na Play Store. Após feito o download, o usuário deve cadastrar um e-mail, endereço e dois contatos de confiança. Assim, através do botão de socorro contido no aplicativo, um alerta é acionado nos aparelhos de celular dos contatos que podem localizar o usuário. Além disso, o aplicativo também conta com o mapeamento de delegacias e hospitais próximos ao local da vitima.

APP Tialu - Fundado no estado da Paraíba, o aplicativo Tialu foi lançado em maio de 2019 como uma ação de enfrentamento à violência contra a comunidade LGBT. O nome Tialu é uma homenagem à Luciano Bezerra, maior ativista da causa LGBTQI+ na Paraíba e também fundador da ONG Movimento do Espírito Lilás (MEL), que faleceu em dezembro de 2018.

Segundo Dhell Félix, idealizador do app, o lançamento no Rio Grande do Sul deve-se aos casos de transfobia registrados nos últimos meses: “Nós temos acompanhado esses casos de transfobia no RS e tivemos a preocupação de ajustar a liberação do aplicativo no estado, infelizmente pela demanda de combate à ação de violência que o estado vem tendo”. O aplicativo já funciona em São Paulo, Brasília, Ribeirão Preto, Rio Grande do Sul e os próximos lançamentos estão previstos para o Alagoas e Rio Grande do Norte. 

A programação do dia ainda contou com uma feira de empreendedorismo LGBTQI+, orientações de prevenção e cuidados com o ônibus da Secretaria da Saúde, encaminhamento da 2ª via de certidão e retificação de nome, por meio de parceria com o Sindicato dos Registradores do Rio Grande do Sul (SindiRegis), atrações culturais como show de TopTrans de Porto Alegre e convidadas como Glória Crystal e Valéria Houston, artistas ativistas pelos direitos da população LGBT em Porto Alegre.

O evento foi uma realização da Unidade de Direitos de Diversidade Sexual e de Gênero da Secretaria de Desenvolvimento Social e Esportes (SMDSE) em parceria com o Sindicado dos Registradores do Rio Grande do Sul (Sindiregis) e a Rede Gay Brasil.

Dia Nacional da Visibilidade Trans. – A data foi criada em 2004 pelo Ministério da Saúde após a divulgação da campanha “Travesti e Respeito”, em reconhecimento à dignidade desta população. O objetivo é fazer alusão à luta das pessoas transexuais e travestis contra a discriminação e o preconceito, além de celebrar os direitos já conquistados pela comunidade LGBT.

  

 

Eduarda Ferreira (estagiária) / Supervisão: Maria Emilia Portella

Gilmar Martins

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