Manoelle Duarte / Divulgação PMPA

A Escola Municipal Especial de Ensino Fundamental (Emeef) Professor Elyseu Paglioli, no bairro Cristal, completa no dia 23 de agosto, 30 anos de ensino público aos alunos com deficiência. Para celebrar o aniversário, a escola convida a comunidade para a festa, neste sábado, 18, e para prestigiar a exposição “Abrindo as gavetas das memórias”. Até o fim do mês, também serão realizadas demais atividades alusivas à comemoração.

A mostra conta com documentos pedagógicos históricos, fotos, objetos, trabalhos de alunos e reportagens antigas que remontam à fundação da escola, em 1988. A exposição está montada no saguão do prédio e poderá ser visitada durante as festividades. A comemoração começa às 10h e contará com apresentações de dança e música de grupos da comunidade que são parceiros da escola e das turmas de atividades complementares. Também haverá brinquedos para as crianças e um parabéns coletivo à escola.

As 30 gavetas da exposição são de diversos tamanhos e foram recicladas ou doadas por professores e pais. As mães dos estudantes fizeram a decoração e cada turma produziu seu próprio compartimento e guardou nele suas memórias, que por sua vez se entrelaçam com a história da escola. 

Memórias - Entre as gavetas existem as "Gavetas dos Momentos Especiais", que remetem aos eventos mais significativos lembrados pela comunidade, como as festas juninas, os carnavais comunitários e os espetáculos de teatro e música "Elyseu em Cena". Também chama a atenção a "Gaveta das Conquistas", que apresenta as pequenas e grandes vitórias dos estudantes durante o período de formação. Há também a "Gaveta dos Esportes", que retrata os eventos esportivos realizados na escola, a "Gaveta das Formaturas", com imagens dos alunos já formados, a "Gaveta da Fundação", que apresenta o decreto de fundação da escola e fotos antigas dos primeiros meses da escola no bairro.

A Elyseu, que é uma das instituições de ensino especial municipal mais antigas de Porto Alegre, atende cerca de 200 alunos com deficiência intelectual e deficiência associada, como cegueira ou transtorno do espectro autista, de zero a 21 anos. A escola enfrentou dificuldades na sua instalação, sendo, inicialmente, rejeitada pela Associação de Moradores do bairro Cristal. A alegação era de que a construção de um centro de recuperação de excepcionais iria desvalorizar o bairro. O bairro Ipiranga, na Zona Norte, também já havia rejeitado a iniciativa. 

Desde 1996, a escola atende alunos pelo Programa de Trabalho Educativo (PTE), que prepara os estudantes com deficiência e/ou transtorno do espectro autista em fase de conclusão do Ensino Fundamental para o mundo do trabalho. Em 2013, a escola lançou o livro "Há escolas que são asas", em virtude das comemorações de seus 25 anos.

Programação - A festa aberta é o ápice das comemorações na Elyseu, mas a programação especial de aniversário segue até o final do mês. Para a próxima semana está marcada uma série de palestras e pequenas rodas de conversas com os pais e a comunidade. Temas como o transtorno do espectro autista, a alimentação adequada às crianças, a estimulação precoce, a comunicação alternativa, alfabetização e a educação inclusiva serão tratados nos seminários pelas professoras e monitoras. Parceiros da escola foram convidados a mediar as rodas de conversas, como o Instituto Autismo e Vida. 

A coordenadora pedagógica da Elyseu, Elaine Tavares Cordeiro, explica que as rodas de conversas serão voltadas principalmente ao esclarecimento de dúvidas dos familiares. “Para se comunicar melhor com o mundo, o aluno precisa de um meio de comunicação mais eficaz, como o apoio visual. Muitas vezes as famílias criam sua própria forma de se comunicar com base na convivência, mas quando o círculo social se expande, é preciso que o aluno saiba se comunicar melhor. Algo que traga uma qualidade de vida maior para as nossas crianças, os nossos alunos”, ressalta. Já na última semana do mês, os alunos participarão de uma gincana, que encerra as celebrações do 30º aniversário da escola.