Prefeitura distribui alimentos às famílias dos alunos da maior escola municipal

06/08/2020 16:26
Anselmo Cunha/PMPA
EDUCAÇÃO
Quase 468 toneladas de gêneros alimentícios serão ofertadas em mais de 38,8 mil kits aos alunos da rede

As famílias dos alunos da Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Governador Ildo Meneghetti, a maior escola da rede municipal de ensino, começaram a receber nova remessa de alimentos não-perecíveis da Prefeitura de Porto Alegre. As escolas fundamentais iniciaram nesta quinta-feira, 6, os repasses dos kits conforme cronograma próprio.

De acordo com dados atualizados da Secretaria Municipal de Educação (Smed), 1.296 estudantes estão matriculados na Ildo Meneghetti, no bairro Rubem Berta. “A comunidade nos pede muito os alimentos. As famílias telefonam e vêm até o portão da escola em busca de informação sobre os gêneros alimentícios. As pessoas daqui são muito carentes”, conta a vice-diretora Liana Machado Canto. A previsão era de que 600 kits (300 sendo compostos por frutas in natura, hortaliças e ovos e a outra metade contendo não-perecíveis) fossem entregues ao longo do dia.

Quase 468 toneladas de alimentos, como feijão, arroz, massa, farinha, café, entre outros, serão agora ofertadas em mais de 38,8 mil kits aos alunos da rede municipal. A Ildo Meneghetti repassava os alimentos para os pais ou responsáveis durante esta manhã. As pessoas usavam máscaras durante o recebimento dos kits. A aquisição, feita pela Smed, no fim de julho, é realizada com recursos do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), do governo federal.

“Sou servente de obras e estou parado. Meu pai é pedreiro e também está desempregado. Receber essas doações é muito bom e espero que durem pelo menos um mês”, diz o estudante Alex Santos Domont, de 24 anos. Na casa dele, seis pessoas irão compartilhar o kit. A escola oferece educação infantil, ensino fundamental e educação de jovens e adultos (Eja). 

E há também muitos estrangeiros que buscam, além de ensino, uma melhor oportunidade de vida longe de seus países. Mais de 100 haitianos e muitos venezuelanos frequentam as salas de aula ali. A haitiana Rosanie Mondesir Orphilus, 41 anos, vive no Brasil há sete meses. Veio de Marchand Dessalines e, com dificuldades para entender a língua portuguesa, a comerciante estava buscando alimentos para a filha Rebecca Mondesir, que estuda na escola. E a outra filha, Dieulane Rose Mondesir, era quem explicava em francês. “Esses alimentos vão ajudar nossa família durante o período da pandemia. Somos quatro pessoas em casa. Isso vai contribuir muito”, diz. 

Não muito diferente é a opinião da venezuelana Dexy Mayela Peña, de 44 anos. A artesã vive com duas filhas na comunidade e está há dois anos no país. “Essa ajuda é muito bem-vinda porque estamos obedecendo as orientações da Secretaria da Saúde e respeitando a quarentena. Só saio de casa para pegar alimentos”, revela. A família veio de Valera, no estado de Trujillo, e não pensa em voltar mais para a Venezuela. “Lá, a situação política e social é muito complicada”, reconhece.

O aposentado Paulo de Souza, de 65 anos, integra o conselho escolar da Ildo Meneghetti e mora há 45 anos no Rubem Berta. O ex-motorista de ônibus pegava os kits para familiares e foi direto em sua avaliação: “Aqui tem gente muito carente e que passa fome. As crianças vão para a escola de chinelo de dedo no inverno. Tomara que essas entregas de alimentos sigam mesmo depois que o coronavírus tiver passado”.

Saiba mais - Outras escolas que iniciaram o repasse dos kits de alimentos não-perecíveis aos alunos foram a Escola Municipal de Educação Básica (Emeb) Liberato Salzano Vieira da Cunha, no bairro Sarandi, e a Emef José Loureiro da Silva, no Cristal. Cada instituição de ensino organiza o seu cronograma de entrega para os próximos dias.

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André Malinoski

Taís Dimer Dihl

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